Manifestantes protestam no Centro e comemoram a liberação de 12 dos 19 ativistas presos no sábado

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RIO – Cerca de 500 pessoas protestaram no Centro do Rio, na noite desta terça-feira, em defesa dos 19 ativistas presos sob a acusação de formação de quadrilha armada durante protestos violentos. Eles foram capturados durante a operação Firewall 2, da Delegacia Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), realizada no sábado passado. Após caminharem pela região, fechando ruas, por volta das 19h o grupo passou a ocupar as escadarias da Câmara de Vereadores, na Cinelândia. O ato terminou às 19h30m. No início da noite, foi divulgado que o desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal, concedeu três habeas corpus libertando 12 ativistas por falta de fundamento nos autos para mantê-los na prisão.

— Não há fundamentos na decisão que decretou a prisão (a 27ª Vara Criminal). Não entendo por que privá-los da liberdade antecipadamente e provisoriamente — argumentou o magistrado.

Entre os beneficiados pelos habeas corpus está a advogada Eloisa Samy. A manifestante Elisa Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho, continua presa. Além da advogada, foram beneficiados pela decisão: Rebeca Martins de Souza, Bruno de Souza Vieira Machado, Emerson Raphael Oliveira da Fonseca, Pedro Brandão Maia, Felipe Frieb de Carvalho, Felipe Proença de Carvalho de Moraes, Rafael Rego Barros Caruso, Gerusa Lopes Diniz, Gabriel da Silva Marinho, Karlayne Moraes da Silva Pinheiro e Joseane Maria Araujo de Freitas.

Em nota, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro informou que obteve, nesta terça-feira, a concessão do habeas corpus que garantiu a liberdade para sete manifestantes cujas famílias procuraram atendimento da Instituição no sábado passado. O habeas corpus foi impetrado pelos defensores públicos do Plantão Judiciário Noturno, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) e do Núcleo de Custódia.

Os manifestantes carregavam faixas com dizeres como “educação clama por justiça, libertem nossos companheiros” e “protesto não é crime”, que chegaram a ser expostas na calçada em frente ao Tribunal de Justiça, onde ocorreu a concentração para o ato. Por volta das 18h, os manifestantes saíram da Rua Primeiro de Março e começaram a caminhar, seguindo por ruas como da Assembleia e do Senado. Eles também passaram pela Avenida Rio Branco, ocupando todas as faixas, em direção à Cinelândia.

Um número grande de PMs acompanhava a manifestação de perto. Um deles foi atingido por um coco na cabeça. O cabo Rafael foi socorrido por colegas da corporação, que o puseram sentado num banco sob a marquise do Edifício Avenida Central, na Avenida Rio Branco. Os policiais não souberam informar de onde partiu o coco. O mais provável é que tenha sido atirado de cima de um prédio.

O plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Rio havia negado, no domingo, a liminar do pedido de habeas corpus de 19 pessoas presas sábado. O grupo estava sendo investigado desde setembro do ano passado pela DRCI, que descobriu que seus integrantes tinham ainda como plano se manifestar com violência no dia da final da Copa do Mundo. Segundo o vice-presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB-RJ, João Pedro Pádua, que defende a advogada Eloisa Samy, uma das ativistas detidas, as defesas foram realizadas por advogados do Instituto de Direitos Humanos (IDH).

A Justiça do Rio tem até quinta-feira para decidir se prorroga a prisão temporária dos que continuam presos por mais cinco dias. Segundo a Polícia Civil, há “elementos consistentes” contra o grupo de 26 pessoas — das quais 19 foram presas — e o “conjunto probatório” do inquérito convenceu a Justiça e o Ministério Público. Como o processo corre em segredo de Justiça, não é possível saber quantos pedidos de liberdade individual foram feitos pela defesa de cada acusado.

As organizações não governamentais (ONGs) Justiça Global e a Anistia Internacional criticaram as prisões. “Ninguém deve ser detido ou preso apenas por participar de uma manifestação e exercer tal direito”, dizia a nota da Anistia. Além dos 17 presos pela investigação, outros dois menores foram apreendidos. Mais duas pessoas foram presas em flagrante, por porte de arma e drogas, durante a operação. De acordo ainda com a investigação, escutas telefônicas e interceptações de mensagens de texto autorizadas pela Justiça revelaram que Elisa Quadros negociou a compra de fogos de artifícios que seriam usados em manifestações. Em fevereiro deste ano, o cinegrafista Santiago Andrade morreu, depois de ter sido atingido por um rojão durante um protesto na Central do Brasil. Caio Silva de Souza e Fabio Raposo, flagrados em fotos e filmagens acendendo o artefato, estão presos e respondem pelo crime de homicídio na Justiça.

Fonte: O Globo

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