O juízo já designou duas novas datas para a continuação do interrogatório dos acusados
O juízo da 35ª Vara Criminal da Capital deu início nesta quarta-feira (2/4) ao interrogatório dos policiais militares acusados do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em 14 de julho de 2013, na comunidade da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Dos 25 denunciados pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), 13 estão presos. Eles respondem pelos crimes de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha.
O primeiro réu a ser ouvido foi o major da PM Edson Raimundo dos Santos, na época dos fatos comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha. Seu interrogatório começou logo após os depoimentos de três testemunhas de defesa e, durante mais de cinco horas, ele respondeu às perguntas do juízo, do MP-RJ e dos advogados de defesa.
O PM disse que nenhum fato da denúncia é verdadeiro. Ao ser questionado sobre depoimentos de outros policiais, que afirmaram terem ouvido gritos na noite do dia 14 de julho, o major negou a tortura. “O depoimento do soldado Alan Jardim é mentira do começo ao fim. Eu estava no contêiner e não ouvi absolutamente nada. Eu liberei o Amarildo. Nunca dei ordem a ninguém para que ficasse no contêiner”, declarou.
O réu criticou a investigação efetuada pela Delegacia de Homicídios e afirmou que, durante os depoimentos, ele e outros policiais se sentiram constrangidos e pressionados. Major Edson disse ainda que, na época dos fatos, conhecia a esposa da vítima, figura popular na comunidade, mas que nunca tinha ouvido falar de Amarildo.
O juízo já designou duas novas datas para a continuação do interrogatório dos acusados: nos dias 9 e 11 de abril.
Fonte: Última Instância
