Era quase meio-dia (horário de Brasília) desta segunda (04/03) quando os réus Bruno Fernandes das Dores de Souza e sua ex-mulher, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, entraram no plenário do tribunal do júri do Fórum de Contagem e, de fato, teve início o julgamento dos dois acusados de envolvimento na morte de Eliza Samúdio.
Apesar de muita especulação, o advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, rechaçou a possibilidade de Bruno confessar que Eliza Samúdio está morta e, possivelmente, jogar a responsabilidade para o ex-amigo e ex-funcionário Luiz Henrique Ferreira Romão (Macarrão).
Jurados – Os destinos de Bruno e Dayanne estão nas mãos de cinco mulheres e dois homens, que foram escolhidos e integram o conselho de sentença do júri popular – estas sete pessoas votarão os quesitos apresentados pela magistrada e definirão as responsabilidades de cada um dos réus no crime.
A defesa de Bruno, antes do início do julgamento, fez vários questionamentos à juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, demonstrando o interesse de, mais uma vez, adiar o julgamento do ex-goleiro. Dentre outros questionamentos, o advogado apontou um suposto sumiço de peças do processo, a posição do promotor de Justiça ao lado da magistrada e a presença da certidão de óbito de Eliza nos autos – alvo de recurso em instância superior. Todos os pedidos, contudo, foram rejeitados.
Dispensa de Testemunhas – A defesa de Bruno também causou surpresa ao dispensar três das cinco testemunhas arroladas para o julgamento – as outras duas não compareceram à sessão de julgamento de ontem. O que indica ser uma das estratégias da defesa, Bruno não terá o depoimento em plenário de testemunhas arroladas a seu favor.
Das 15 testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa dos dois réus, apenas sete deverão ser ouvidas – as outras foram dispensadas ou faltaram ao início do julgamento. A defesa de Dayanne Rodrigues não dispensou todas as suas testemunhas.
Choro e Bíblia – Após a instalação do júri, a sessão foi interrompida para almoço e quando foi retomada, no início da tarde, Bruno chamou a atenção do plenário ao mesclar momentos de choro e de leitura da Bíblia.
O julgamento prosseguiu com o depoimento da delegada Ana Maria Santos, que conduziu as investigações na fase policial. Única a ser ouvida no primeiro dia de julgamento, a policial revelou o depoimento de Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno, que teria dado detalhes, em depoimento no inquérito, de como Samúdio teria sido morta.
O crime, segundo a delegada ouviu no depoimento do então menor, foi cometido por Marcos Aparecido dos Santos (Bola) e Macarrão – ambos teriam esganado Eliza Samúdio. A delegada apontou que o depoente lhe afirmou que viu Bola jogar aos cachorros o que seria uma das mãos de Eliza Samúdio.
Posteriormente, assistido por advogado, Jorge Luiz Rosa teria se recusado a dar detalhes sobre o crime. Ana Maria Santos também negou que tenha coagido a testemunha a revelar os detalhes sobre a eventual morte da ex-amante de Bruno.
Hoje – O julgamento de Bruno e Dayanne deve ser retomado nesta terça (05/03), a partir das 9 horas, com os depoimentos de outras testemunhas de acusação. A desistência da oitiva das testemunhas do ex-goleiro deve adiantar o término do julgamento, possivelmente, para amanhã (06/03).
Fonte: Fato Notório
