Das 5.403, mais de 1.200 têm problemas de saúde.
Pais que não se importam com isso precisam deixar claro no processo
Pais que querem adotar uma criança e não se importam se ela tem problema de saúde terão prioridade na hora da adoção. A lei pode ajudar a reduzir o preconceito. Das 5.403 crianças e adolescentes inscritos no Cadastro Nacional de Adoção, mais de 1.200 têm problemas de saúde.
Fabiana Gadelha adotou Miguel, que tem síndrome de down. Ela acredita que as famílias começam a mudar o perfil dos filhos que desejam. “Já estão percebendo que um filho pode vir de várias formas e uma dessas formas é através de uma deficiência ou uma doença. Até porque, um filho natural pode ficar deficiente ao longo da vida. Ele pode vivenciar situações que vão torná-lo diferente”, diz.
Os pais que querem um filho, sem se importar se ele tem ou não algum problema de saúde, precisam deixar isso claro no início do processo de adoção e pedir que essa informação apareça no cadastro deles. Hoje, apenas 8% dos pretendentes não fazem restrição alguma às condições de saúde da criança.
Para o Conselho Nacional do Ministério Público, a lei é muito bem vinda. O responsável pela Comissão de Infância Antônio Carlos Osório Nunes acredita que os juízes e promotores vão acelerar os processos dessas crianças e adolescentes. E lembra que é fundamental uma conscientização maior de quem pensa em adotar.
“O que precisa é a pessoa em primeiro lugar afastar o preconceito. O filho pode ser uma pessoa que vai fazer parte integrante da família e vai trazer muitas felicidades pr aquele casal. Seja ele com ou sem deficiência”, fala Nunes.
Foi exatamente o que Miguel fez com a família. E Fabiana tem muitos planos para o filho. Mais uma vez, sem preconceitos. “Eu queria que ele trabalhasse, eu espero que ele tenha uma namorada, ou um namorado, num sei né. “que ele tenha uma vida comum, uma vida que deixe ele feliz.”
Fonte: G1
