O vice-presidente queniano, William Ruto, solicitou neste domingo (22/09) ao TPI (Tribunal Penal Internacional) que seu julgamento por supostos crimes contra a humanidade seja adiado para que possa intervir no caso da ocupação de um shopping de Nairóbi por parte fundamentalistas islâmicos.
“A defesa de William Ruto pede urgentemente aos juízes que adiem os procedimentos judiciais do caso, de modo que Ruto possa voltar ao Quênia e tratar da grave crise de segurança nacional”, diz a solicitação dos advogados do vice-presidente, que está em Haia, informou a emissora de rádio queniana Capital FM.
Pelo menos 59 pessoas morreram e 175 ficaram feridas no ataque de ontem ao luxuoso shopping Westgate de Nairóbi por parte de integrantes do grupo radical islâmico somali Al Shabab, que ainda ocupam o edifício com cerca de 30 reféns.
Entre as vítimas do atentado estão o poeta ganês Kofi Awooner e cidadãos dos EUA, Grã-Bretanha, França, China, África do Sul, Canadá e Gana, além do Quênia.
Segundo o senador norte-americano Peter King, o grupo Al Shabab, que é ligado à Al Qaeda, recrutou cerca de 50 pessoas de comunidades somalis dos Estados Unidos. Ele também declarou sua preocupação com o fato de que os terroristas possam voltar ao país e “usar suas habilidades” lá.
O TPI acusa Ruto e o jornalista queniano Joshua Arap Sang de crimes relacionados com a onda de violência que deixou mais de 1,3 mil mortos e 300 mil deslocados após as eleições de dezembro de 2007.
O presidente do país, Uhuru Kenyatta, também será julgado no próximo dia 12 de novembro pelo TPI pelos mesmos crimes.
O Senado do Quênia ratificou no último dia 10 a moção aprovada pela Assembleia Nacional para pedir ao governo que abandone o TPI, coincidindo com o início do julgamento de Ruto em Haia.
A moção pedia ao governo do presidente Uhuru Kenyatta que volte a exigir que os casos sejam transferidos à Justiça queniana.
Fonte: Última Instância
