Vendas no varejo recuam 6,2% em setembro frente a igual mês de 2014

RIO – As vendas do comércio caíram 0,5% no país em setembro frente a agosto. Na comparação com setembro de 2014, a queda é de 6,2%. Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) foram divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. No ano, o resultado é negativo em 3,3%, enquanto nos últimos 12 meses o recuo é de 2,1%.

O varejo apresenta taxas negativas desde fevereiro se considerada a série histórica com ajuste sazonal, ou seja, frente ao mês anterior — são oito meses seguidos, acumulando um recuo de 6,8%. Além disso, o varejo está 9,2% abaixo do ponto mais alto da série, registrado em novembro de 2014. Quando se compara com igual mês do ano anterior, a queda se dá desde abril, por seis meses consecutivos. E o resultado para setembro nesse tipo de comparação é o pior da série histórica, iniciada em 2000.

Já a receita das vendas do varejo registrou leve alta de 0,1% na passagem de agosto para setembro. Frente a setembro do ano passado, o resultado mostrou crescimento de 1,8%. Nos nove primeiros meses do ano, as receitas do setor foram ampliadas em 3,5%. Nos últimos 12 meses, houve elevação de 4,5%.

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas em relação a agosto variou -1,5% e a receita nominal, -1,2%. Na comparação com setembro de 2014, o volume de vendas do varejo ampliado recuou 11,5% e a receita nominal caiu 4,4%. As taxas acumuladas para o volume de vendas foram de 7,4% no ano e de 6% nos últimos 12 meses. Já a variação da receita nominal foi de -1,1% em 2015 e de leve alta de 0,1% em 12 meses.

Em agosto, as vendas do comércio caíram 0,9% frente ao mês anterior. Em relação a agosto do ano passado, o recuo foi de 6,9% — o mais alto na comparação anual desde março de 2003, quando foi de 11,4%.

QUEDA EM OITO ATIVIDADES

De agosto para setembro, o volume de vendas mostrou resultado negativo em oito das dez atividades pesquisadas pelo IBGE. As taxas mais significativas foram de veículos, motos, partes e peças (-4%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,8%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,7%); livros, jornais, revistas e papelaria (-1,6%); material de construção (-1,5%); tecidos, vestuário e calçados (-1,4%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,8%); combustíveis e lubrificantes (-0,7%).

Após sete recuos consecutivos, o segmento de móveis e eletrodomésticos ficou estável de agosto para setembro. Setor de maior peso na estrutura do varejo, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo manteve-se praticamente estável pelo segundo mês consecutivo, com leve alta de 0,1%.

Já na comparação com igual mês do ano anterior, o volume de vendas das oito atividades do varejo caiu. O maior tombo e maior impacto na taxa geral foi de móveis e eletrodomésticos (-17,9%). No ano, o segmento acumula recuo de 13% e, em 12 meses, de 9,6%.

“O comportamento negativo deste setor vem sendo decorrente de fatores como restrições ao crédito, principalmente em função do aumento da taxa de juros no crédito para pessoas físicas, que passou de 28,2% ao ano em setembro de 2014 para 37,4% ao ano em setembro de 2015, segundo o Banco Central, além da influência da redução da massa real dos rendimentos, com recuo de 6,1% frente a igual mês do ano anterior”, explica o IBGE.

Também pressionando para baixo a taxa frente a setembro de 2014 está hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%). Embora a taxa tenha desacelerado bastante frente ao recuo de 4,8% de setembro, o segmento respondeu pelo segundo maior impacto no índice global. Segundo o IBGE, o desempenho foi influenciado pela queda da renda real e pela alta de 10% no preço dos alimentos no período de 12 meses, acima dos 9,5% da média geral do IPCA. No ano, a queda acumulada é de 2,3% e, nos últimos 12 meses, é de 1,7%.

Combustíveis e lubrificantes (-8,7%); tecidos, vestuário e calçados (-12,9%); livros, jornais, revistas e papelaria (-14,9%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-9,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-7,0%) também recuaram. O segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%) registrou a primeira queda da série histórica frente ao mês anterior.

VEÍCULOS RECUAM 21,8%

O desempenho do varejo ampliado refletiu o comportamento das vendas de veículos, motos, partes e peças, que apresentou recuo de 21,8% nas vendas em setembro frente ao mesmo mês de 2014. Em 2015, esse segmento acumula queda de 16,1%. Nos últimos 12 meses, o recuo é de 14,3%. O menor ritmo na oferta de crédito e a restrição no orçamento familiar levaram à redução das vendas, segundo o IBGE.

Já o segmento de material de construção registrou diminuição de 12,8% no volume de vendas em relação a setembro do ano passado. Em termos acumulados, as taxas ficaram em -6,4% em 2015 e em -4,9% nos últimos 12 meses. De acordo com o IBGE, a diminuição do ritmo deve estar ligada à fraqueza da economia.

Na análise por estados, o IBGE identificou que, de agosto para setembro de 2015, as vendas no comércio caíram em 23 das 27 unidades da federação, com destaque para Maranhão (-5,3%) e Mato Grosso do Sul (-3,0%). Já São Paulo (1,5%) e Alagoas (1,7%) registraram desempenho positivo.

Na comparação com setembro de 2014, o volume de vendas caiu em todos os estados, exceto Roraima, onde houve crescimento de 2%. As maiores quedas foram em Amapá (-18,9%), Paraíba (-15,0%) e Alagoas (-13,2%). Já as contribuições mais expressivas à taxa geral foram de São Paulo (-4%); Rio de Janeiro (-6%) e Rio Grande do Sul (-8,9%).

Em relação ao varejo ampliado, todos os 27 estados apresentaram variações negativas na comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque, para o recuo de 23,2% no volume de vendas em Tocantins, de 22,8% no Espírito Santo e de 21,4% no Maranhão. Mas o maior impacto no resultado foi a queda de 5,4% em São Paulo.

De acordo com a Fecomércio RJ, os números evidenciam uma agenda tanto política quanto econômica a cumprir, o que deve servir de inspiração para a tomada de decisão do governo — “no que tange às medidas fiscais e de incentivo ao investimento necessárias à retomada da confiança de consumidores e empresários”.

Fonte:  O Globo

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