Uruguai nega asilo político a ativistas presos no Rio

UruguaiSegundo parlamentar Janira Rocha (PSOL), consulesa uruguaia informou que pedido havia sido negado porque governo do país respeita o estado democrático de direito brasileiro

O Uruguai negou o asilo político aos três ativistas acusados de formação de quadrilha e incitação à violência em protestos e manifestações de rua no Brasil desde junho do ano passado.

A deputada estadual Janira Rocha (PSOL) acompanhou a permanência dos três no Consulado uruguaio durante o dia de ontem. Já à noite, segundo a assessoria da parlamentar, a consulesa Myriam Fraschini Chalar informou que o pedido havia sido negado pela Embaixada do Uruguai, em Brasília, e que eles deveriam deixar a representação diplomática no Rio sob o risco de serem presos pela Polícia Federal.

Os três deixaram o prédio pela porta da frente e partiram em um carro preto com os vidros escuros, sem falar com os jornalistas que buscavam informações. À tarde, dois policiais civis tentaram entrar na sede do consulado, com o mandado judicial de prisão em nome da advogada Eloísa Samy, mas foram impedidos pela segurança consular.

Samy foi ontem ao consulado do Uruguai no Rio de Janeiro acompanhada de David Paixão e de Camila Nascimento em busca de asilo depois de uma ordem judicial revogar o habeas corpus concedido a eles após passarem cinco dias presos semana passada.

De acordo com Janira, a consulesa do Uruguai no Rio de Janeiro, Miriam Fraschini, explicou aos ativistas que o governo uruguaio respeita o estado democrático de direito e o Poder Judiciário no Brasil e não considera justificável o pedido de asilo político.

A legisladora acrescentou que, sem a presença da polícia em frente ao consulado, os três deixaram o edificação com rumo desconhecido e ainda não sabem se se entregarão ou esperarão a resposta da justiça a um novo pedido de habeas corpus.

Os três são acusados pelo Ministério Público pelo crime de formação de quadrilha durante a participação em grupos que teriam promovido atos violentos durante as manifestações. O mandado de prisão provisória de 26 ativistas, em vários estados do país, foi expedido um dia antes da final da Copa do Mundo, disputada no estádio do Maracanã. A Operação Firewall, responsável pela detenção dos manifestantes, foi conduzida pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Samy estava entre os detidos.

Paixão e Nascimento não foram presos então, mas também há um mandado de prisão preventiva pelos mesmos motivos. Até esta terça-feira (22), cinco dos acusados em 12 de julho permanecem presos e os outros 18 estão foragidos.

A advogada disse à agência Efe que decidiu solicitar asilo por sentir-se uma perseguida política e por estar sendo tratada como uma terrorista apesar de apenas ofereceu assistência jurídica a alguns manifestantes.

Segundo a ativista, nos cinco dias que passou na prisão as condições foram “horríveis”; compartilhou cela com outras sete mulheres; só receberam “uma toalha e três cobertores para todas” e não havia talheres para comer.

David Paixão esteve preso várias vezes por participação nos protestos e sempre foi defendido por Samy, que adotou o jovem após comprovar que não tem família.

O juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, decretou a prisão preventiva dos ativistas ao alegar que eles significam um “risco para a ordem pública”. Segundo a promotoria, os acusados integravam um grupo que adquiria material explosivo para promover atos violentos durante as manifestações.

A detenção dos ativistas, na véspera da final do Mundial, foi duramente criticada por organizações de direitos humanos e pela Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro, que as consideraram “arbitrárias” e “intimidatórias”.

Fonte: Última Instância

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