Um tribunal do Cairo, capital do Egito, proibiu nessa segunda-feira (23/9) as atividades da Irmandade Muçulmana. A decisão retirou qualquer estatuto legal da entidade islâmica e confiscou todos os fundos e bens móveis da organização. O tribunal também decidiu banir “qualquer instituição proveniente ou pertencente à Irmandade”, segundo informou a Mena, agência oficial de notícia do país. De acordo com a agência, a sentença do tribunal possivelmente atingirá o PLJ (Partido da Liberdade e da Justiça), braço político da Irmandade.
O veredito não é a única ameaça à existência legal do grupo islâmico, fundado há 85 anos. No início de setembro, um órgão de aconselhamento jurídico do governo egípcio já havia recomendado a dissolução da Irmandade Muçulmana com base em uma lei que proíbe a formação de grupos paramilitares por organizações não governamentais.
Na ilegalidade desde a década de 50, a entidade foi oficialmente registrada em março de 2013 como uma organização não governamental pelo Ministério da Segurança Social do Egito. O mesmo órgão também pediu o fechamento da sede da Irmandade, no distrito de Moqattam, no Cairo.
Após a destituição do presidente Mohamed Mursi, em julho, a ministra dos Assuntos Sociais, Nagwa Khalil, solicitou que fosse investigada a presença de armas na sede da Irmandade ou a existência de milícias ligadas à organização. O pedido foi emitido após a morte de oito pessoas na sede em Moqattam, quando dezenas de pessoas invadiram e saquearam o edifício. Diversos líderes foram detidos e são acusados de incitar a violência contra opositores.
Fonte: Última Instãncia