Medida foi adotada após três paralisações da categoria no mês de maio.
Motoristas pedem aumento de 40% e cesta básica de R$ 400
Os rodoviários dissidentes do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Urbano (Sintraturb) decidiram em assembleia nesta terça-feira (20), na Candelária, no Centro do Rio, realizar um novo encontro daqui a uma semana. Na próxima terça-feira (27), às 16h, eles voltam a se reunir no mesmo local para deliberar sobre uma nova paralisação de ônibus.
Durante a reunião, houve discussão entre as lideranças do movimento e foi levantada a possibilidade de divisão em dois grupos. No entanto, essa decisão foi adiada.
A assembleia, marcada para 16h, começou com atraso porque os líderes do movimento Hélio Theodoro e Luiz Fernando Mariano foram prestar depoimento na cidade da polícia, devido a depredações em ônibus nas últimas paralisações. Segundo Mariano, o delegado disse que a liderança seria responsabilizada em caso de novas depredações em paralisações. Maura Lúcia Gonçalves, outra líder do movimento, adiou seu depoimento e iniciou a assembleia na Candelária, no Centro.
Quando Hélio e Mariano chegaram à reunião, acusaram Maura de usar o movimento para formar uma chapa concorrente à presidência do Sintraturb – que rachou com os grevistas.
Os dissidentes acusam o sindicato de fechar um aumento de 10% com a Rio Ônibus sem consultar a categoria. Houve discussão e os rodoviários ameaçaram se dividir em dois grupos.
Um dos grupos era a favor de realizar greve a partir da 0h desta quarta-feira (21). Outro queria realizar nova assembleia no dia 27 e se separar da CSP Conlutas – conjunto de sindicatos de várias categorias. Os dois grupos chegaram a um acordo e decidiram remarcar a reunião para o dia 27.
Maura deve prestar depoimento nesta quarta-feira sobre as últimas paralisações. Três rodoviários que lideram o movimento prestaram depoimento na Delegacia de Serviços Delegados (DDSD) nesta terça-feira. A delegacia apura as ações criminosas praticadas durante as greves.
Eles rejeitam o acordo firmado entre o Sintraturb-Rio e o Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus, que estabeleceu 10% de reajuste salarial. Os rodoviários dissidentes pedem aumento de 40% e cesta básica de R$ 400.
‘Catraca livre’
Rodoviários estudam iniciar um movimento de “catraca livre” em substituição às paralisações. Com isso, os passageiros entrariam pela porta de trás dos coletivos sem pagar passagem. O objetivo é manter o movimento reivindicatório sem prejudicar diretamente a população que depende do transporte público.
A ideia da “catraca livre”— que poderia conquistar apoio dos cariocas à causa — partiu de motoristas de ônibus, segundo Teodoro.
Fonte: G1