Rio de Janeiro tem ato violento a cada três dias no mês de abril

protestos-rjDezoito ônibus foram incendiados em manifestações só neste mês.
Niterói e Conjunto de Favelas do Alemão estão entre pontos sensíveis.

Os protestos que abalaram a popularidade do ex-governador do Rio Sérgio Cabral ganharam nova forma e agora preocupam seu substituto, Luiz Fernando Pezão. Em menos de um mês no cargo, ele enfrentou ao menos 10 protestos violentos. Os pontos de encontro deixaram de ser o Centro da capital, em encontros marcados na internet. Agora, acontecem nas periferias — inclusive, áreas supostamente pacificadas, como o Conjunto de Favelas do Alemão e o Pavão-Pavãozinho. Só em abril, 18 ônibus foram queimados. O número é quase quatro vezes maior do que os cinco registrados em todo o ano de 2013, segundo a Rio Ônibus.

Em certas regiões, as manifestações se repetiram dia após dia. Os moradores alegam que, na maioria das vezes, eles protestavam justamente contra a violência policial quando a repressão causou novos problemas. É o caso da morte do dançarino DG: enquanto amigos lamentavam o assassinato da vítima, um outro morador foi baleado na cabeça e morreu. Em outros, a polícia se pronunciou oficialmente dizendo que os moradores teriam sido coagidos (ou inflamados) por ordens de traficantes — como no Alemão e na violência nos arredores do prédio da Oi, após a desocupação de moradores.

Data Protestos violentos
11/04 Desocupação de prédio tem confronto e detidos
14/04 Na sede da Prefeitura, invasores fazem novo ato
15/04 Ocupação vira passeata e quebra-quebra no Centro
17/04 BRT de Paciência é depredado
19/04 Ônibus são queimados no Morro do Caramujo
21/04 Niterói registra novo ato no Caramujo contra morte
22/04 Morte de DG causa revolta no Pavão-Pavãozinho
24/04 Após enterro de DG, Copacabana tem violência
28/04 Comunidades do Alemão têm ônibus queimados

Em nota na manhã desta terça-feira (29), Pezão se pronunciou e voltou a defender a manutenção da política de segurança pública e a implantação de novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).  “Não há recuo no processo de pacificação, que vem retomando territórios, dominados, durante muitos anos, por bandidos. Não vamos tolerar baderna, atos de vandalismo, destruição de patrimônio. Aqueles que cometerem esses atos serão submetidos ao rigor da lei”, afirmou.

Empossado no dia 4, Pezão teve seu primeiro grande embate contra os invasores do prédio da Oi, no Engenho Novo, no dia 11. Nos dias 14 e 15 houve novos protestos contra a reintegração de posse. Na ocasião, a polícia disse que a reação dos moradores, além do quebra-quebra nos arredores, foi orquestrada por criminosos.

O mesmo discurso se repetiu menos de 48h depois, quando o BRT de Paciência foi depredado. Um jovem havia sido baleado na Favela de Antares no dia 17 e, segundo a investigação, traficantes da Maré refugiados no local teriam idealizado o vandalismo.

Durante os dias seguintes, porém, o foco da confusão — com direito a ônibus incendiados — se mudou para Niterói, Região Metropolitana. Em operação policial no Morro do Céu, um jovem foi atropelado por um blindado e morreu. O caso foi registrado como acidente de trânsito e provocou a ira de moradores. No Morro do Caramujo, que fica a poucos metros da Rodovia Amaral Peixoto, manifestantes impediram a passagem de veículos com barricadas. Horas antes, dois irmãos que iam para uma vigília de Páscoa foram baleados em ação da Polícia Militar para acabar com um baile funk. Um deles morreu.

Um novo ato voltou a fechar as ruas niteroienses já no dia 21, dia em que dois traficantes foram presos em Búzios. Segundo as investigações, detidos na Região dos Lagos, Bruno Piná e 2D seriam os idealizadores dos atos violentos.

Manifestação no cartão-postal
Mas foi no dia 22 o protesto que provocou mais comoção. Um dia antes, policiais confrontaram traficantes no Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, Zona Sul. O dançarino do programa “Esquenta” DG foi morto durante a troca de tiros e os moradores saíram às ruas para mostrar a revolta. Durante o ato, um jovem identificado como Edilson, que seria morador de rua e teria distúrbios mentais, foi atingido na cabeça e também morreu.

O quebra-quebra se repetiu dois dias depois, quando DG foi enterrado. Do asfalto, policiais tacavam bombas de efeito moral. Do alto do morro, a resposta vinha em pedradas e outros objetos arremessados.

As cenas pirotécnicas voltaram a acontecer no Conjunto de Favelas do Alemão no dia 28. Desta vez a causa não foi a morte de um jovem, mas sim de uma idosa, que comemorava seu aniversário quando tentou defender o neto de um confronto.

Fonte: G1

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