Renda teve em março a maior queda real desde 2003

RIO – Pelo segundo mês seguido, o trabalhador brasileiro teve queda nominal e real na renda frente ao mês anterior, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada nesta terça-feira pelo IBGE. Em março em relação a fevereiro, a queda real foi de 2,8%, o pior resultado em mais de 12 anos — em janeiro de 2003 o recuo foi de 4,3%

A queda real acontece quando a renda cresce menos que a inflação, ou seja, o rendimento até subiu, mas não tanto quanto os preços — o que faz com que o trabalhador perda poder de compra. Já a queda nominal acontece quando efetivamente há queda na renda, por exemplo, alguém que tinha rendimento de R$ 1.500, mudou de emprego e passou a receber R$ 1.300.

  

Frente a março do ano passado, o recuo real foi de 3%, o mais forte desde fevereiro de 2004, quando a renda teve queda real de 4,8%. Já a queda nominal foi, na comparação com fevereiro, foi de 1,3%, bem mais forte que no mês anterior, quando houve queda 0,3%.

A queda da renda se deu num cenário de aumento do desemprego pela terceira vez consecutiva. Em março, a taxa de desocupação nas seis regiões metropolitanas (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre) ficou em 6,2% pela PME. A taxa é a maior para o mês desde março de 2011, quando ficou em 6,5%, e, considerando todos os meses, a mais alta desde maio de 2011 (6,4%).

A renda média do trabalho ficou em R$ 2.134,60 em março. A renda caiu em todas as regiões na comparação com fevereiro. A maior queda percentual ocorreu em Salvador (-6,8%). No Rio, o rendimento médio ficou em 2,6% menor.

— São pessoas recebendo salários ou remunerações menores. Pode ser que a pessoa que perdeu emprego agora receba menos em outra ocupação. Não temos como afirmar que é menor poder de barganha das pessoas, tanto o empregado com carteira quanto o sem carteira quanto o conta própria estão recebendo menos — explicou Maria Lucia Vieira, gerente do IBGE.

REFLEXO DA CRISE NA PETROBRAS

José Marcio Camargo, da Opus Gestão de Recursos e da PUC-RJ, já não prevê recuperação este ano.

— Claramente está muito fraco e vai piorar. É uma queda enorme do PIB a esperada (ele estima de -1,5% em 2015) isso fatalmente vai gerar um aumento do desemprego muito forte — afirma. — Como a economia está iniciando um processo recessivo, o mais provável é que o segundo semestre seja pior. Não acho que a inflação vai desacelerar, a inflação vai ficar em 8,5%. A energia não vai continuar subindo tanto, mas vai demorar para desacelerar, os serviços, nos últimos quatro anos, cresceram cerca de 8,5% — afirma.

Tanto Saboia quanto Camargo consideram “preocupante” a queda nominal dos salários, mas ainda não sabem diagnosticar ao que ela estaria ligada.

— O salário nominal está caindo na margem, o que pode indicar algum problema específico nos últimos dois meses, como a questão da Petrobras e das empreiteiras e ser localizado ou indicar que a tendência é de um mercado tão fraco que já está gerando esta queda. É difícil imaginar reajustes de salários com queda nominal. Para um resultado desses, seria preciso uma taxa de desemprego no mínimo duas vezes maior — afirma Camargo.

Fonte: O Globo

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