RIO – O bebê de apenas 17 dias de vida, sequestrado em Campo Grande na tarde de terça-feira, foi localizado por agentes do 27º BPM (Santa Cruz) dentro de uma casa no Largo do Aarão, em Santa Cruz, também na Zona Oeste. Os PMs levaram a criança para a 35ª DP (Campo Grande), que está à frente das investigações. De acordo com avó materna da criança desaparecida, Katia Maria Augusto, de 48 anos, Kayzo passa bem e já está com os pais, Carolaine de Augusto Souza, de 17 anos e Rafael dos Reis, 20. Ainda não há informações se alguma pessoa foi presa durante a operação de resgate.
À tarde, Carolaine esteve na Cidade da Polícia para fazer o retrato falado das suspeitas de terem levado o menino. Ela foi com uma cunhada, identificada apenas como Rafaela. Policiais já teriam identificado uma adolescente envolvida no crime. Imagens das câmeras de segurança de uma lanchonete mostram duas mulheres andando ao lado de Carolaine e Rafaela. De acordo com a delegada adjunta da 35ª DP (Campo Grande), Lúcia Baptista da Silva Oliveira, os elementos são fundamentais para que a dupla seja presa já nas próximas horas.
— Elas vão ser enquadradas no artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que trata da subtração de incapaz, o que torna o crime ainda mais grave. Mais pessoas devem ser identificadas em breve. Outras imagens devem ser analisadas nesta quarta-feira. Chamo a atenção para a idade do bebê, pois a necessidade de leite materno é essencial. Só não vamos divulgar a identidade para não atrapalhar o resto das investigações — alertou a delegada, antes de a crianla ter sido localizada.
De acordo com Katia, de 48 anos, a adolescente foi abordada pelas duas mulheres na última quinta-feira. Elas se apresentaram como agentes de modelos infantis. Na ocasião, elas teriam prometido à mãe entre R$ 150 e R$ 300 para que o bebê participasse de uma sessão artística.
De acordo a delegada, a aliciadora passou a ligar constantemente para Carolaine, que acabou aceitando a proposta. Elas então marcaram um encontro para terça-feira à tarde, no centro de Campo Grande, de onde seguiram para um local em que estariam outras mulheres com filhos e gestantes para participar do evento. Alegando estar se sentindo mal, Carolaine precisou ser amparada e levada até uma lanchonete, para beber água. Foi quando se descuidou e teve o bebê levado.
— Elas entraram num ônibus, mas não deu tempo de alcançá-las. As pessoas na rua chegaram a comentar que meu filho deveria estar passando mal e sendo levado ao hospital. Daí em diante, chamamos um carro de polícia, que nos levou até a delegacia. Só espero que isso acabe logo — disse Carolaine, na manhã desta quarta.
Informações que possam levar à prisão das acusadas devem ser passaadas para a 35ª DP (2332-7670 e 2332-7679), para o Disque-Denúncia (2253-1177) e o Disque Direitos Humanos, do Governo Federal (100).
Fonte: O Globo
