Polícia investiga mensagens de incitação à violência divulgadas em redes sociais //oglobo.globo.com/rio/policia-investiga-mensagens-de-incitacao-violencia-divulgadas-em-redes-sociais-17560857#ixzz3mT03kPiO © 1996 – 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

RIO — A Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) está investigando a veracidade de mensagens, postadas nas redes sociais, convocando justiceiros para ações contra supostos assaltantes na saída da praia, no próximo fim de semana. Num evento planejado no Facebook, os internautas são incentivados a se reunir na Praça General Osório, em Ipanema, armados com tacos de beisebol, socos-ingleses e porretes. Em outra página, os ônibus da linha 474 são chamados de “o inferno do Rio”. Já um policial civil afastado de suas funções orienta moradores, em seu perfil, a não divulgarem imagens de câmeras que porventura flagrarem novas agressões, como as ocorridas em Copacabana no domingo.

No evento planejado para o fim de semana, o organizador pede a lutadores que usem seus uniformes durante os ataques. Embora alguns internautas tenham elogiado a iniciativa, outros a criticaram duramente. “O que temos aqui é a formação de uma quadrilha de justiceiros. Trata-se de um bando de trogloditas que assistiram a ‘Batman’ demais e acham que têm algum direito de agredir fisicamente outros seres humanos”, comentou um deles.

Imagens de supostos assaltantes que estariam envolvidos nos arrastões do fim de semana também estão sendo compartilhadas. Em uma mensagem publicada no próprio perfil, um suposto participante diz que está cheio de ódio e que no domingo a “tropa vai estar presente”. Nas imagens compartilhadas, os jovens usam a gíria “coreto”, que faz referência a um grupo que pertence ao Jacarezinho.

Já o policial, em seu perfil, incentiva moradores a apagarem de câmeras de segurança imagens de novas ações de justiceiros. “Devem procurar os síndicos de seus prédios e pedir que, em caso de violência contra esses marginais, se alguém atirar e matar, não forneçam imagens das câmeras à polícia! (…) Digam que o sistema está com defeito!”, recomenda. O policial está afastado desde 2011. Ele foi acusado de chefiar uma quadrilha responsável por interceptação telefônica ilegal. A corregedoria da corporação está investigando a mensagem.

AÇÃO SUSCITOU DIFERENTES OPINIÕES NAS RUAS E NA WEB

Em Copacabana, na vizinhança de onde aconteceu a ação de justiceiros no domingo, quando um grupo atacou jovens que estavam em ônibus, a repercussão da violência dominou as conversas nesta segunda-feira. Na Rua Dias da Rocha, moradores e comerciantes contaram que os justiceiros começaram a se reunir na esquina com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana ainda no início da tarde, depois de, supostamente, terem marcado o encontro pelo WhatsApp.

— Eram uns 30. Uma pessoa chegou a dizer que parte do grupo tinha vindo de Botafogo, onde havia ocorrido um arrastão no dia anterior — disse um comerciante, que preferiu não identificar.

Moradores de Copacabana agridem jovens que estavam num ônibus que seguia para a Zona Norte – Marcelo Carnaval / Agência O Globo

Porteiros, seguranças de lojas, frequentadores de academias, moradores e comerciantes não reconheceram os agressores como habitantes da região. Se muitos criticaram a violência, também houve quem a apoiasse — um duelo de opiniões que tomou as redes sociais.

Na página de Facebook “Linha 474, o inferno do Rio”, alguns internautas chamaram o perfil de “fascista”. Outros, porém, apoiaram o teor das publicações. Num comentário a uma das postagens, um usuário afirma que “tem que haver mais justiceiros”. Uma das publicações diz: “já que a polícia não pode fazer nada, vamos fazer então”.

São usadas hashtags como #fora474 e #VamosBotarParaQuebrar. Na descrição da página, o texto afirma que a “linha 474 aterroriza a Zona Sul da Cidade Maravilhosa, com pessoas que vão à praia com o intuito de apenas criar baderna e desordem”. Há mensagens de apoio também às mudanças nas linhas de ônibus que ocorrerão no Rio. Elas farão com que, até o fim do ano, a 474 tenha ponto final no Centro.

“Felizmente esse lixo de linha e suas variações vão acabar! Sinto pelas pessoas de bem que dependem dela. Terão de fazer baldeação para chegar ao seu local de trabalho e também lazer. Mas, de qualquer forma, não deixará nenhuma saudade esse entreposto do inferno”, escreveu um internauta.

Apenas entre sábado e esta segunda-feira, a página teve mais de 450 curtidas.

Já num grupo do WhatsApp, como mostrou a coluna Gente Boa do GLOBO, um morador da Zona Sul afirmou: “Próximo fim de semana, já sabem. Porrada vai comer e a chinela vai cantar. Esses pivetes vão ver que aqui se faz, aqui se paga”.

‘FAROFAÇO’ EM IPANEMA

Enquanto mensagens de ódio e vingança proliferam, o Coletivo Papo Reto convocou para domingo um “farofaço” na Praça General Osório, em Ipanema. Com o slogan “Nós vamos invadir nossa praia”, o evento defende o direito de as pessoas, independentemente de onde venham e de sua condição social, frequentarem as praias cariocas.

Na convocação, os organizadores incentivam os internautas a levarem para a praça cangas, bronzeadores, protetores solares, bolas de futebol, geladeiras de isopor com cerveja e piscinas de plástico, entre outros objetos.

“Não esqueçam seus telefones celulares e máquinas fotográficas! Pois temos nossas tecnologias e garantimos: não precisamos roubar as de ninguém! Vamos postar na rede as fotos desse dia que, como todos os outros, tem tudo para ser lindo!”, diz a descrição do evento.

Até as 20h desta segunda-feira, 1.460 pessoas tinham confirmado presença no evento. “Partiu praiana, povo! Com frango e farofa mermo! (sic) Contra o racismo de cor e de territórios”, escreveu o coletivo nas postagens do evento.

Fonte: O Globo

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