A explosão dos roubos de rua em todo o estado do Rio – o índice subiu 53,2%, comparando janeiro deste ano com o mesmo mês de 2013 – fez a Polícia Militar cortar as folgas de sua tropa. Um documento que circula desde segunda-feira nos batalhões determina que o patrulhamento ostensivo seja reforçado nas unidades de todo o estado, entre os dias 1º e 31 de maio, numa tentativa de reduzir o número de crimes.
Para o reforço, de acordo com a circular número 476, assinada pelo tenente-coronel Oderlei Santos Alves de Souza, chefe do setor de Pessoal do Estado-Maior Geral da PM, poderá ser utilizado efetivo de até 50% dos policiais de folga dos batalhões. No documento, é determinado ainda pelo oficial que seja cancelado o Regime Adicional de Serviço (RAS) – o bico oficial – voluntário dos PMs das unidades, para ser estabelecido o compulsório.
Assim, os policiais serão obrigados a fazer o serviço extra quando determinado pelos seus comandos, sem que tenha possibilidade de escolha, como acontecia antes.
No último domingo, uma reportagem revelando que o número de roubos a pedestres aumentou 46,9% na cidade do Rio, comparando janeiro deste ano com o de 2013. Por causa da matéria, a Polícia Civil também tomou providências. O diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital, delegado José Pedro Costa da Silva, pediu empenho a seus subordinados para a “redução desses indicadores”. Citando a reportagem, José Pedro enviou uma mensagem solicitando que um trabalho operacional seja desenvolvido e colocando todo o Departamento a disposição.
Questionada sobre a explosão de roubos no estado, a assessoria de imprensa da PM afirmou que tem trabalhado para reduzir os indicadores estratégicos de criminalidade, e garantiu as medidas têm dado resultados na produção policial. A assessoria listou oito batalhões – Botafogo, São Cristóvão, Bangu, Olaria, Jacarepaguá, Maré, Leblon e Irajá – para mostrar que as prisões têm aumentado significativamente nessas áreas. O maior crescimento foi em Botafogo: 600%, comparando janeiro deste ano e de 2013.
Ainda de acordo com comunicado do Estado Maior da PM, o turno do RAS estabelecido deve ser de 8 horas. A folga dos policiais também deve ser de, no mínimo, 8 horas. Anteontem, chefes do Estado-Maior se reuniram com os comandantes dos sete Comandos de Policiamento de Área (CPAs) no Quartel General da PM para debater as mudanças necessárias no patrulhamento.
Ainda em nota, a PM ressaltou que as folgas não foram canceladas em sua totalidade,e que antes da criação do RAS os policiais já eram escalados para serviços extras, mas sem remuneração.
Fonte: Jornal Extra