Passageiros optam por vans, táxis e até mototáxis na greve dos rodoviários

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Divulgação antecipada da paralisação de 24 horas faz movimento de passageiros em busca de condução cair na Central do Brasil

Rio – O início da madrugada desta quarta-feira, primeiro dia da greve de 48 horas decretada pelos rodoviários do município do Rio não teve registro de incidentes nas ruas ou nas garagens de ônibus. Apesar do anúncio da paralisação, no fim da tarde, muitos usuários foram pegos de surpresa. Ao contrário da semana passada, porém, a maioria procurou alternativas, como sair mais cedo do trabalho, para não ficar a pé na volta para casa. Na Central do Brasil, ao contrário da paralisação da semana passada, o movimento de passageiros era bem menor, em comparação da última quinta-feira.

Para o garçom Cleiton Souza, de 30 anos, a decepção foi dupla. Ele foi até o Centro à noite para uma entrevista de trabalho. Além de não conseguir o emprego ficou cerca de duas horas no ponto da Central do Brasil tentando uma condução para voltar para casa no bairro do Itanhangá, na Zona Oeste do Rio. Ele optou por uma corrida de táxi.

“Não sabia da greve. Ninguém avisou nada. Não consegui o emprego e ainda tem essa greve”, lamentou o garçom. Ele embarcou em um táxi na Central do Brasil disposto a pagar mais de R$ 50 pela corrida, o valor de uma corrida do Centro até o bairro.

O motorista de van Carlos Alberto de Oliveira Gomes, 29, comparou a luta dos rodoviários por melhores condições de trabalho e salário a de sua categoria. Para ele, as vans acabam sendo uma alternativa natural ao mal serviço prestado pelas empresas de ônibus.

“Hoje, com essa greve, as vans são a solução sim. Tem lugar que as vans vão que os ônibus não circulam. Deve ser de grande utilidade mais tarde quando a população estiver se locomovendo em busca de seus destinos”, acredita Carlos Alberto. À 1h, ele aguardava mais passageiros para preencher os 15 lugares e seguir em direção ao bairro de Bancários, na Ilha do Governador, destino final da viagem. Segundo o motorista, o valor de R$ 2,80 para passageiros que desembarcam fora da Ilha e R$ 2,90 para os vão para o bairro foram mantidos.

O mototaxista Orisvaldo Silva aproveitou a greve para fazer ganhos extras. Segundo ele, até 1h ele já tinha conseguido cinco viagens após a meia-noite, horário da decretação da categoria para a paralisação. O objetivo era conseguir mais dez viagens e descansar.

“Pretendo fazer 15 viagens. Depois vou para casa porque tenho que voltar mais tarde para dar seguimento. A demanda será maior”, disse o mototaxista, prevendo um dia de muito trabalho, mas de faturamento extra.

Ainda no início da madrugada, uma viatura da PM estava parada na porta da Transportes São Silvestre, no Santo Cristo. Não havia piquete na porta. Na Real Auto Ônibus, às margens da Avenida Brasil, em Manguinhos, na Zona Norte, quatro carros da PM garantiam a segurança. Um grupo de cerca de dez rodoviários se concentravam na calçada em frente. Na paralisação de quinta-feira, funcionários da empresa chegaram a fechar a pista lateral, sentido Centro.

Greve foi decidida após audiência

A audiência de conciliação na tarde de segunda-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), entre a comissão do movimento Rodoviário em Luta, que lidera a greve, o Rio Ônibus (que representa as empresas) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Urbanos (Sintraturb), que é contra a paralisação, terminou sem acordo. A decisão de parar foi tomada logo após a reunião, em assembleia em frente ao local.

Os líderes da comissão de dissidentes do sindicato que participaram da audiência comunicaram aos mais de 500 rodoviários presentes que o Rio Ônibus se negou a fazer uma contraproposta e manteve o acordo fechado com o Sintraturb de reajuste de 10% e R$ 140 de cesta básica. Os grevistas pedem aumento de 40%, R$ 400 de auxílio-alimentação e fim da dupla função (ônibus sem cobradores).

Na quinta-feira passada, por conta da greve dos rodoviários, manifestantes realizam piquetes nas garagens das empresas, a maioria na Zona Oeste. De acordo com a Rio Ônibus, 325 coletivos foram depredados. Apenas 30% da frota circulou nas ruas, ainda segundo a entidade que representa as empresas.

Fonte: O Dia

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