Pai e filho são condenados e presos pela morte do filho de Cissa Guimarães

Pai e filho envolvidos na morte do músico e estudante Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, num acidente automobilístico em 2010, Roberto Martins Bussamra e Rafael de Souza Bussamra foram presos ontem (24), depois de condenados a um total de 15 anos e dois meses de reclusão, em regime fechado, e mais seis anos e oito meses em regime semiaberto pelo juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 16ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

Rafael de Souza Bussamra dirigia o carro que atropelou e provocou a morte do estudante, na entrada do Túnel Acústico da Gávea, zona sul do Rio, no dia 20 de julho de 2010. Ele recebeu a pena de sete anos de reclusão, em regime fechado e, mais cinco anos e nove meses de detenção em regime semiaberto.

Foi condenado pelos crimes de corrupção ativa, homicídio culposo, inovação artificiosa em caso de acidente automobilístico, afastamento do local do acidente para fugir à responsabilidade penal e participação em competição automobilística não autorizada. Além disso, teve a carteira de habilitação suspensa por quatro anos e meio.

No momento do acidente, Rafael Mascarenhas andava de skate com amigos no túnel, que estava interditado ao tráfego. O atropelador contou, na época, que estava emparelhado com um outro carro e não viu o estudante na pista. Rafael e seu pai disseram à polícia que dois policiais pediram dinheiro para retirar o veículo do local e afastar a possibilidade de flagrante. Contaram ainda que pagaram R$ 1 mil aos dois PMs que,  por causa da denúncia, foram expulsos da corporação. Em abril de 2013, o túnel foi batizado com o nome do músico.

A sentença do pai de Rafael foi pelos crimes de corrupção ativa e inovação artificiosa em caso de acidente automobilístico. O magistrado considerou que Roberto Martins Bussamra tentou acobertar uma atitude criminosa do filho corrompendo policiais militares, que, segundo ele, também são criminosos. Por isso, o condenou a oito anos e dois meses de reclusão em regime fechado e mais nove meses de detenção em regime semiaberto. Depois de sentenciados, Rafael e Roberto foram presos e levados para a 13ª Delegacia Policial, em Copacabana.

“O caso vertente retrata não apenas policiais que acobertam e omitem o crime (sendo, por isso, também criminosos), mas também os falsos pais que superprotegem os filhos criando pessoas socialmente desajustadas. Impõe-se uma reflexão sobre o tipo de sociedade que pretendemos para as futuras gerações ou, mais ainda, que tipo de cidadãos somos. Afinal é essa uma das dificuldades atuais da humanidade no plano da ética. De nada vale o Estado reconhecer a dignidade da pessoa se a conduta de cada indivíduo não se pautar por ela”, afirmou o juiz.

Ainda na sentença, o juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte destacou que o comportamento dos réus é reprovável e malicioso. “Através de uma enxurrada de inverdades, buscaram, não somente eximirem-se da responsabilidade penal, mas na realidade transferi-la com maior peso a outras pessoas. Percebe-se uma verdadeira degradação de valores morais em uma família de classe média, que, talvez, por mero individualismo, ou abraçando uma cultura brasileira de tolerar exceções, tende a apontar os erros dos outros,  colocando um verdadeiro véu sobre seus erros”, acrescentou.

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro: 0243823-86.2010.8.19.0001

 Fonte: Fato Notório

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