BAGDÁ — As Nações Unidas declararam o seu mais alto nível de emergência no Iraque como uma crise humanitária agravando-se com o avanço de jihadistas do grupo Estado islâmico no Norte e Oeste do país. Autoridades curdas disseram que a situação na província de Dohuk, com 150 mil refugiados, agora era crítica.
A declaração de um nível 3 de emergência da ONU levará ao envio de ajudas adicionais, fundos e ativos para responder às necessidades dos deslocados, segundo o representante da organização Nickolay Mladenov, que chamou atenção para a “complexidade da atual catástrofe humanitária”.
A ONU estima que 1,2 milhões de iraquianos foram deslocados internamente. Os outros três países que têm o mesmo status de emergência são a Síria, o Sudão do Sul e a República Centro-Africana.
O Conselho de Segurança expressou na quarta-feira seu apoio à nomeação do novo primeiro-ministro, Haidar al-Abadi, na esperança de que ele possa rapidamente formar um governo inclusivo que poderia conter a ameaça insurgente. A ofensiva do Estado Islâmico mergulhou o Iraque em sua pior crise desde a retirada das tropas dos Estados Unidos em 2011.
Ataques de militantes do grupo e de seus aliados sunitas capturaram grandes faixas territoriais no Iraque, deslocando membros do grupo minoritário Yazidi e cristãos, além de ameaçar curdos iraquianos na região autônoma do Curdistão, no Norte do país.
Dezenas de milhares de yazidis fugiram de suas casas e refugiaram-se na remota montanha de Sinjar. Os EUA e militares iraquianos lançaram comida e água para os deslocados, e nos últimos dias, os curdos da vizinha Síria conseguiram abrir um corredor na montanha, permitindo que cerca de 45 mil escapassem.