MPF/RS vai ouvir médico que viu o corpo de Jango pouco antes do sepultamento

O médico Odil Rubim Pereira, amigo da família do ex-presidente João Goulart, será ouvido nesta terça-feira (19/3), em São Borja, pelos procuradores da República Suzete Bragagnolo e André Raupp. Odil teve acesso ao cadáver do ex-presidente João Goulart pouco antes de seu sepultamento, quando limpou secreções que saíam pela boca e pelas narinas de Jango.

O MPF-RS (Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul), através da sua Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, investiga as circunstâncias da morte de Goulart durante seu exílio na Argentina, em 1976. A investigação foi aberta a partir de pedido encaminhado à Procuradoria Geral da República em 2007 pelo Instituto João Goulart – o inquérito civil público 11824/2007-34.

Nesta segunda-feira (18/3) em Porto Alegre foi realizada uma audiência pública promovida pela Comissão Nacional da Verdade, que contou com a presença dos dois procuradores.  Durante a mesa que abordou a morte de João Goulart, Suzete falou a respeito do inquérito que tramita na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão.  Ela explicou que o MPF tenta obter provas e documentos tanto no Brasil quanto no exterior que expliquem melhor as circunstâncias da morte e do sepultamento do ex-presidente.

Para Ivan Marx, “é uma obrigação do Estado brasileiro apurar a verdade sobre a morte de Jango”. Marx declarou na audiência que há um procedimento investigatório criminal na Justiça Federal Argentina de Paso de Los Libres que foi aberto em novembro de 2011 a partir de representação encaminhada por ele para apurar se Goulart teria sido morto em solo argentino a mando da Ditadura Militar brasileira.

Também participaram da discussão sobre a morte de Jango Goulart durante a audiência pública o senador Pedro Simon, os filhos de Goulart – João Vicente Goulart e Denize Goulart – e Christopher Goulart, neto de Jango.

Operação Condor – A família de João Goulart acredita que o ex-presidente tenha sido uma das vítimas da Operação Condor. João Vicente Goulart declarou que crê que seu pai tenha sido envenenado por agentes a mando das forças repressoras das ditaduras brasileira e argentina. Vicente citou depoimentos proferidos por Mário Neira Barreiro, ex-agente do serviço de inteligência uruguaio que se encontra preso em solo brasileiro, onde Neira confessou que participou da trama para o assassinato de Jango.

A confissão de Neira seria apenas mais uma prova da existência da Operação Condor, uma aliança político-militar entre os vários regimes ditatoriais da América do Sul, envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile, criada com o objetivo de coordenar a repressão às dissidências políticas nesses países nas décadas de 60, 70 e 80.

Fonte: Última Instância

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