SÃO PAULO — A Mercedes-Benz abriu mais um plano de demissão voluntária (PDV) em São Bernardo do Campo (SP). Segundo a companhia, a medida é mais uma tentativa de “gerenciar o excedente de 2 mil funcionários” que existe na unidade. A fábrica emprega cerca de 10 mil pessoas, sendo 7 mil na produção.
No início deste mês, a montadora tentou aprovar um programa para reduzir em 20% a jornada de trabalho na unidade e em 10% o salário dos empregados. A proposta foi rejeitada pelos colaboradores.
Pelo PDV atual, quem aderir ao plano poderá receber até R$ 65 mil dependendo do tempo de casa do funcionário. O programa começou na terça-feira e vai durar até o dia 14 de agosto. Segundo Ângelo Máximo Pinho, coordenador-geral de fábrica da Mercedes, os empregados foram informados por um boletim que circulou nesta semana na fábrica.
— Foi uma decisão unilateral. Não se discutiu com os trabalhadores. Há um clima de incerteza dentro da fábrica — disse Pinho.
Para ele, a montadora deverá avaliar o desempenho do PDV atual para depois decidir se vai aderir ou não ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), lançado pelo governo federal neste mês. O PPE prevê a redução de até 30% da jornada de trabalho e dos salários.
— A direção não nos informou qual a meta neste PDV, mas fica aquela interrogação na fábrica. O que vai acontecer agora?
Em maio, a Mercedes-Benz demitiu 500 funcionários, dos 700 que estavam em lay-off desde julho do ano passado.
Fonte: O Globo