Levy diz que a população deve encarar eventuais aumentos de impostos como ‘investimento’

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta quinta-feira que os brasileiros devem encarar eventuais aumentos de impostos para reequilibrar as contas públicas como um investimento para que a economia volte a crescer. Segundo ele, o país não devem ser vítima de uma miopia nesse tema, pois a solidez fiscal é a base do crescimento:

— Você faz um pequeno investimento, admite pagar um pouco mais de imposto para que a economia não tenha tropeço. Talvez você tenha que pagar um pouquinho mais de imposto. A sociedade paga 0,5% a mais, mas o PIB cresce 0,5%, então, vale a pena, é um investimento. A gente não deve ser vítima de uma miopia nos impostos — disse ele, acrescentando:

— Temos que garantir que o Brasil seja um país seguro. A solidez fiscal é a base do nosso crescimento.

Levy afirmou que tem ouvido de empresários que eles estão dispostos a aceitar um aumento da carga tributária para assegurar a solidez fiscal. Segundo ele, a sociedade não quer que o Brasil seja visto como um país fraco:

— A gente vai continuar trabalhando, conversando, evitando essa miopia e tentando fazer as pessoas entenderem que, mesmo que você tenha que pagar um pouquinho, na frente, isso vai fazer o Brasil ficar mais forte. É para que o Brasil não seja olhado como um país fraco. Eu tenho ouvido de empresários que eles estão dispostos e que essa estratégia que a gente está desenhando responde à necessidade do Brasil — disse ele, acrescentando:

— Você quer ir do ponto A para o ponto B. Você tem que mostrar como você vai chegar lá e esse como é uma combinação de cortes de gastos e, se precisar, pedir à sociedade, às empresas, às famílias que elas também façam um esforço adicional para ajudar o Brasil a chegar onde tem que chegar e ser visto como um país forte no mundo inteiro.

Ao comentar o rebaixamento do país e a perda do grau de investimento na agência de classificação de risco Standard & Poor´s, o ministro disse que a mudança terá impacto sobre as condições de crédito da economia brasileira.

MINISTRO FICA NO CARGO

Perguntado se ainda ficará no cargo, após os problemas político-econômicos que levaram à perda do grau de investimento do Brasil, Levy deixou claro que não é sua intenção deixar a pasta. Segundo ele, seu trabalho de recuperação fiscal ainda não terminou.

— Eu diria que, sem dúvida nenhuma, a conscientização de agir com firmeza e clareza no âmbito fiscal está mais disseminado do que quando comecei meu trabalho com meu colega Nelson (Barbosa, ministro do Planejamento). Não acredito que meu trabalho de recuperação fiscal já esteja completo. Eu teria alívio, mas não é essa minha avaliação. O equilíbrio fiscal é a base para construirmos uma porção de coisas para a gente voltar a crescer — afirmou Levy que, no entanto, reconheceu que o mercado quer mais do que palavras.

— A gente sabe que o mercado não se tranquiliza com palavras, apenas com ações e indicações em termos de diminuição de gastos, maior eficiência do setor publico e também o fechamento da equação fiscal que garanta meta de 0,7% do PIB.

PIS/COFINS

O ministro da Fazenda anunciou que o Executivo enviará ao Congresso, “muito brevemente”, a proposta de reforma do sistema de recolhimento do PIS/Cofins. Ele disse que o objetivo do governo será alcançar a neutralidade e promover segurança jurídica ao país.

— Esses tributos atingem a todas as empresas. A reforma tem o objetivo de simplificar a vida das empresas. Vai também trazer segurança jurídica. O sistema hoje é complicado. A maior parte das ações julgadas tem a ver com PIS/Cofins.

De acordo com o ministro, todas as empresas ganharão crédito com o novo PIS/Cofins. O sistema será mais transparente e transversal, afirmou.

— Nossa economia tem de sofrer certa reengenharia. Tem de se adaptar para o novo ambiente mundial. Com a realocação de mão de obra e capital, é preciso neutralidade tributária entre os setores e aumenta o crescimento potencial do país.

Fonte: O Globo

Deixe uma Resposta.

Time limit is exhausted. Please reload the CAPTCHA.

Horário de Atendimento

Segunda à Sexta
09:00 às 12:00
13:00 às 17:00
Tel: (21) 3903-7602 / (21) 99585-5608
E-mail: comercial@recortesrio.com.br

Parceiros

Formas de Pagamento

– Boleto Bancário
– Transferência Eletrônica
– Depósito
– Cartão de Crédito (ver condições)