O juiz Carlos Fernando Potyguara Pereira, do 8º Juizado Especial Criminal, deu liminar (ver documento) para garantir ao advogado Fernando Fernandes o sigilo profissional no caso do inglês Ray Whelan, preso e acusado de cambismo com ingressos da Fifa. O delegado Fábio Barucke, da 18ª DP, que investiga o caso, havia anunciado que poderia indiciar Fernando Fernandes por favorecimento pessoal, acusando-o de ter ajudado o inglês a fugir do Copacabana Palace, onde estava hospedado.
Com a decisão, o advogado do inglês não precisa mais prestar depoimento ao delegado, como o policial pretendia. O advogado Fernando Fernandes afirma que não praticou qualquer crime na defesa de seu cliente, o inglês Ray Whelan, executivo da Match, empresa credenciada pela Fifa para a venda de ingressos para a Copa do Mundo no Brasil.
Para proteger o direito do advogado, de permanecer calado sobre seu cliente, os advogados Nilo Batista e Rafael Borges entraram com pedido de Habeas Corpus no Juizado Especial Criminal, já que o crime de favorecimento pessoal é de baixo potencial ofensivo.
– Um advogado não pode ser compelido a prestar declarações sobre seu cliente, assim como um psicanalista ou confessor têm que manter sigilo sobre as confissões que ouve. Só na Alemanha nazista e no Brasil contemporâneo, há policiais que querem isso — disse o advogado Nilo Batista.
Fonte: O Globo