RIO — A 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) decidiu, nesta terça-feira,pelo arquivamento da ação penal contra o inglês Raymond Whelan, executivo da Match Services acusado de chefiar a máfia dos ingressos que agiu durante a Copa do Mundo de 2014. A decisão seguiu os votos dos desembargadores Fernando Antonio de Almeida e Luiz Noronha Dantas. O processo continua contra os outros dez acusados de participação no esquema. Como corre em segredo de Justiça, a assessoria de imprensa do TJ não deu detalhes sobre a decisão.
“Decreto a inépcia material da denúncia, trancando-se a ação penal apenas quanto a este paciente (Whelan), sem extensão a qualquer dos demais corréus”, afirmou o desembargador Luiz Noronha Dantas, no único trecho divulgado.
A assessoria de imprensa do advogado do executivo, Fernando Fernandes, afirmou que a informação inicial passada pelo Ministério Público e pelos policiais da 18ª DP (Praça da Bandeira) de que haveria cerca de 900 ligações telefônicas entre Whelan e o argelino Mohamadou Lamine Fofana, também acusado de fazer parte do esquema, era falsa.
— Foram, na verdade, 28 ligações, totalizando 17 minutos e 24 segundos — afirmou o advogado.
Fernandes fez ainda críticas à atuação da polícia:
— O Tribunal de Justiça somente reconheceu o que estava evidente: houve um erro em relação ao executivo, decorrente de açodamento da polícia.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil afirmou que “o inquérito foi relatado e encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia” e que “não comenta decisão judicial”.
Whelan foi preso em 14 de julho do ano passado, mas retornou à Inglaterra após conseguir um habeas corpus.
Fonte: O Globo