O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, do Tribunal do Júri de São Paulo, leu, no início da noite de ontem (02/04), a sentença condenatória dos 15 policiais militares que foram julgados por oito mortes e duas tentativas de homicídio de detentos ocorridas no terceiro andar do Pavilhão 9, da antiga Casa de Detenção de São Paulo – o “Massacre do Carandiru”. Os policiais foram condenados 48 anos de reclusão.
Condenações – O conselho de sentença acolheu as teses do Ministério Público de São Paulo e condenou os PMs pelas mortes de quatro dos oito detentos mortos – as outras quatro vítimas foram mortas por armas brancas. O MP defendeu a absolvição dos policiais quanto a estas mortes e a outras duas tentativas às quais os réus foram acusados.
Os policiais militares deverão iniciar o cumprimento das penas em regime fechado, todavia, Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo autorizou que os réus recorram em liberdade, visto que permaneceram livres durante a fase de instrução processual.
Julgamento Histórico – Ainda que divido em quatro partes – conforme o pavimento do Pavilhão 9 onde ocorreram as mortes –, a Justiça de São Paulo considera o júri popular dos policiais militares acusados das 111 mortes na Casa de Detenção, ocorridas no dia 2 de outubro de 1992, como julgamento único, histórico e complexo – os autos processuais possuem 75 volumes.
O primeiro julgamento ocorreu em abril de 2013, quando 23 policiais foram condenados pela morte de 13 presos; o segundo foi em agosto passado, com a condenação de 25 PMs por 52 mortes; o terceiro júri foi encerrado no dia 17 de março de 2014, quando 10 acusados foram condenados pelas mortes de oito detentos.
Parque da Juventude – A antiga Casa de Detenção de São Paulo foi desativada e demolida em 2002. Hoje, no local onde funcionou o presídio, no bairro do Carandiru, foi construído o Parque da Juventude e a Biblioteca de São Paulo.
Fonte: Fato Notório
