Nesta sexta-feira (19/4), o julgamento do Massacre do Carandiru prossegue no Fórum da Barra Funda, na capital paulista, com o depoimento de quatro dos 26 policiais acusados pela morte de 15 detentos que ocupavam o segundo pavimento do Pavilhão 9 da Casa de Detenção do Carandiru, local onde ocorreu o massacre. Depois do depoimento dos réus, acontecerão os pronunciamentos da acusação e da defesa. Em seguida, o Conselho de Sentença, composto pelos sete jurados, irá se reunir para determinar se os réus são culpados ou inocentes.
O julgamento começou na segunda-feira (15/4), mas foi suspenso na manhã desta quarta-feira (17/4) pois um dos sete jurados passou mal. Apenas na tarde da quinta-feira, por volta das 15h, o Júri Popular foi retomado. Os trabalhos terminaram por volta das 18h40 após a leitura de peças e a apresentação de vídeos. O primeiro deles, da acusação, apresentou reportagens feitas na época sobre o massacre e imagens de violência policial.
Foram apresentados também flagrantes de violência policial, da década de 1980 até os dias de hoje, incluindo trechos do filme Pixote – Alei do Mais Fraco, de Hector Babenco, e a sequência de uma reportagem sobre a morte de Fernando Ramos da Silva, que interpretou o personagem Pixote. Fernando seguiu os passos de seu personagem, se envolveu com o crime e foi morto por policiais em 1987, aos 19 anos.
O segundo vídeo, da defesa, apresentou o documentário São Paulo sob Ataque, em que é mostrado os ataques de maio de 2006 em São Paulo, ressaltando que dezenas de policiais foram mortos. Os ataques foram atribuídos ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
Durante a apresentação dos vídeos, cada um deles com cerca de meia hora de duração, os trabalhos tiveram que ser interrompidos em três oportunidades para atendimento de um dos jurados que não se sentia bem.
Fonte: Última Instância