Famílias retiradas de terreno da Oi entram em acordo com a prefeitura

fila-familias-invasao-oiRIO – Os invasores que, depois de serem removidos do terreno da Oi, no Engenho Novo, acamparam na Cidade Nova, em frente ao Centro Administrativo São Sebastião, fecharam nesta segunda-feira um acordo com a prefeitura e deixaram o local. Depois de uma manhã de muita confusão, uma comissão formada por dez mulheres foi recebida pelo subsecretário municipal de Desenvolvimento Social, Rodrigo Abel. No fim da reunião, a prefeitura informou que cadastraria até o fim do dia cerca de 300 famílias em programas municipais e distribuiria outras 600 senhas para que o restante do grupo pudesse realizar o cadastro nesta terça-feira. Famílias inteiras, incluindo bebês de poucos meses, idosos e cadeirantes, estavam desde sexta-feira abrigados na passarela do metrô da Cidade Nova.

Segundo o acordo, ônibus e vans cedidos pela prefeitura levariam o primeiro grupo para o local do cadastramento e o restante para as suas comunidades de origem. Apesar de a maioria dos invasores ter embarcado nos veículos, cerca de 20 pessoas ainda permaneciam no entorno da prefeitura no fim da noite desta segunda. Para esta terça-feira, às 9h, está marcada uma nova reunião entre representantes do município e a comissão de manifestantes.

— A prefeitura, através do cadastro, vai propor amanhã (hoje) qual será a política pública para essas pessoas — disse o advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ), que acompanhou a comissão na reunião.

Segundo Mondego, o vice-prefeito e secretário municipal de Desenvolvimento Social, Adilson Pires, participará do encontro de hoje. Foi informado ainda aos manifestantes que haverá representantes das secretarias de Educação e Habitação.

Pela manhã, parte do grupo tentou por duas vezes interditar o tráfego na Avenida Presidente Vargas. Na segunda tentativa, os manifestantes, que chegaram a fechar a pista por cerca de cinco minutos, foram retirados do local por guardas municipais. Uma bomba de gás lacrimogêneo foi lançada e houve tumulto e correria. Um homem foi detido acusado de desacato e agressão. Uma criança de 5 anos, que estava com a família na manifestação, passou mal por causa do gás lacrimogêneo e precisou ser levada para o Hospital Souza Aguiar. No fim da noite, a Guarda Municipal afirmou através de nota que não usou bombas de gás contra os manifestantes.

Outros grupos aderem a sem-teto

Ao longo do fim de semana, os invasores ganharam a adesão de grupos afins — e outros nem tanto — às suas reivindicações. Desde que os manifestantes se dirigiram à sede da prefeitura para exigir o cadastramento em programas sociais, representantes do movimento dos trabalhadores sem-teto, lideranças sindicais, integrantes de partidos políticos, além de estudantes universitários, manifestantes de classe média, advogados e até estrangeiros apareceram no local. Nas redes sociais, páginas de grupos como o Anonymous e o Black Bloc pediam apoio e doações de comida, água e cobertores para as famílias oriundas das favelas de Manguinhos, do Jacarezinho e do Rato Molhado, que reivindicam casa e alegam não ter onde morar.

Apesar de não admitir estar diretamente envolvido com a manifestação, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) deliberou em sua última assembleia o envio de uma doação de alimentos e água. Segundo Marta Moraes, uma das coordenadoras da entidade, principalmente a presença de crianças fez com que os professores decidissem enviar os mantimentos. Também presente em quase todas as grandes manifestações recentes na cidade, o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindsprev) cedeu um carro de som para acompanhar os manifestantes. Mas negou que tenha havido outras doações. Até a deputada Janira Rocha (PSOL), que enfrenta um processo de cassação na Alerj, apareceu no acampamento. Ela disse que foi chamada por um líder chamado André e que vai tentar ajudar na intermediação das demandas com a prefeitura:

— Vim da Região dos Lagos e, na hora que cheguei, estava tendo uma confusão envolvendo guardas municipais e os manifestantes. Fui para o carro de som e pedi para que todos se acalmassem porque aquele quebra-quebra não seria bom para ninguém. Vi gente do MTST, de mídias alternativas, do Sepe… É normal que numa luta como essa quem é de movimento social se aproxime. Queria eu que mais pessoas estivessem apoiando.

Uma investigação vai apurar responsabilidade pela série de ataques iniciada a partir da reintegração de posse do terreno da Oi, na última sexta-feira, no Engenho Novo. Além de tentar identificar os responsáveis pela destruição de quatro coletivos, dois caminhões e uma Blazer da PM, os policiais da 25ª DP (Engenho Novo) vão apurar também os motivos por trás da invasão da área.

Fonte: O Globo

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