Dilma diz que país esgotou ‘todos os recursos para combater a crise’

RIO – A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que o Brasil passa por dificuldades conjunturais, mas tem “base sólida”. Ela admitiu que as políticas de estímulo à economia para enfrentar a crise internacional sacrificaram as contas públicas e que o país não tem mais recursos para combater a desaceleração. Por isso, afirmou, o ajuste fiscal é importante.

— O Brasil hoje é um país que tem condições de crescer, de gerar emprego e renda. Passamos por uma conjuntura, a conjuntura é o momento, nós esgotamos todos os nossos recursos de combater a crise que começou lá em 2009 — disse Dilma, que veio ao Rio participar da solenidade para inaugurar a primeira etapa das obras de expansão do Porto.

Segundo ela, as medidas para amenizar os efeitos da crise não permitiram que o país vivesse “um elevadíssimo desemprego” e “uma redução violenta da taxa de crescimento”, como sofreram várias nações no pós-crise. Os instrumentos foram, em suas palavras, “uma política de crédito bastante subsidiada, como também uma política de desonerações fiscais”.

— Estamos reajustando nossas contas para continuar crescendo. Isso vai se dar nos próximos meses, chegando até o fim do ano. Isso visa a fortalecer a nossa base. Melhorando as contas públicas, melhora o governo. Trouxemos para as contas públicas e o orçamento fiscal da União os problemas que, de outra forma, recairiam sobre a sociedade e os trabalhadores. Agora nós temos de usar outros instrumentos de combate. Nós continuamos combatendo para não trazer para o Brasil desemprego e baixa de crescimentos estruturais e permanentes — discursou ela.

Em entrevista coletiva depois do evento, Dilma afirmou que é uma “obsessão” pessoal manter o crescimento do país.

— Essa eu diria que é a minha obsessão. Farei tudo para que o Brasil esteja no ritmo de crescimento. Com o Congresso e o Judiciário. Estamos pretendendo encaminhar um modificação na lei do Supersimples pra impedir o abismo tributário. Pensando em construir uma rampa onde ele possa crescer incorporando o crescimento sem ter de perder muito — disse ela, em entrevista coletiva depois do evento.

Dilma deu exemplos do que pretende fazer para ampliar o crescimento e manter a geração de empregos no país. Ela propôs uma mudança na lei do Supersimples e afirmou que o microempreendedor será um dos responsáveis pelo crescimento e emprego:

— Pretendemos encaminhar uma modificação na lei do Supersimples para impedir o chamado abismo tributário. Estamos pensando em construir uma rampa pela qual o empreendedor pode crescer, ele vai incorporando crescimento sem ter de perder muito. O maior nível de emprego no Brasil hoje é dado pelas pequenas e microempresas. Se você somar a pequena e a microempresa mais o microempreendedor individual, chegamos a 10 milhões de pessoas que estão ali não só como trabalhadores, mas como batalhadores do seu próprio negócio. Ele será um fator de garantia e ampliação do crescimento e do emprego.

A presidente desembarcou no Rio no III Comar, no Aeroporto Santos Dumont, e foi até o Porto do Rio de helicóptero. O Grupo Libra, a Multiterminais Logística Integrada e a Companhia Docas do Rio vão investir cerca de R$ 1,8 bilhão para elevar em 63% na capacidade dos terminais.

NOVAS CONCESSÕES

Sobre as manifestações marcadas para este domingo, Dilma mais uma vez afirmou que é um elemento da democracia, mas que não tolerará protestos violentos:

— Sou de uma época que a gente não podia manifestar, e quando manifestava ia preso. Manifestação no Brasil tem de olhar com absoluta naturalidade, mas nenhum de nós pode aceitar que isso se transforme em violência contra qualquer que seja a pessoa. Pode manifestar, deve manifestar, mas sem violência.

A presidente Dilma disse ainda que vai iniciar um novo processo de concessões no Brasil. Segundo ela, serão leiloados aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias.

— Queria falar um pouco sobre esse novo processo de concessões. Vamos dar início a concessões na área de aeroportos, além das seis que já fizemos, que foi Rio, São Paulo, Brasília, Viracopos, São Gonçalo do Amarante e Minas Gerais. Estamos estudando várias alternativas. Algumas já têm um nível maior de definição. Mas ainda está em discussão Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e tem mais outras. Pode ter mais outras. Estamos estudando várias hipóteses — detalhou ela.

A presidente também destacou os trabalhos no setor portuário. Ela lembrou que, com a Lei dos Portos, já foram liberados 24 terminais de uso privado (TUP). Segundo Dilma, esses 24 TUPS totalizaram R$ 11 bilhões.

— E vamos continuar nesse processo porque esperamos que o Tribunal de Contas da União libere a possibilidade de fazermos arrendamentos em outros portos do país. Estamos aguardando. Vamos continuar nas rodovias, vamos prosseguir na de ferrovias e vamos dar importância muito grande a questão hidroviária. O Brasil precisa usar todos os seus caminhos hidroviários — destacou Dilma.

O ministro Edinho Araújo, da Secretaria de Portos, também fez referência ao ajuste fiscal.

— A eficiência e a expansão portuária darão o progresso e desenvolvimento de que tanto precisamos nesse momento de ajustes do ministro Joaquim Levy — disse Edinho.

Em março de 2012, a Libra Terminais, empresa do Grupo Libra, batizou os dois novos portêineres, máquinas que embarcam e desembarcam os contêineres dos navios de carga. Na ocasião, os equipamentos receberam placas para homenagear a esposa de Pezão, Maria Lúcia Horta, e a primeira dama do município do Rio, Cristine Paes.

Fonte: O Globo

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