Desemprego fica em 8% no trimestre até abril, diz IBGE

A taxa de desemprego subiu nos últimos três meses até abril deste ano e chegou a 8%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo trimestre de 2014, o índice foi de 7,1%, no trimestre encerrado em janeiro deste ano, em 6,8%, e nos primeiros três meses de 2015, em 7,9%.

TAXA DE DESEMPREGO
em % (o mês apontado é quando acaba o trimestre)
7,176,86,96,96,86,66,56,56,87,47,98em %abr/14mai/14jun/14jul/14ago/14set/14out/14nov/14dez/14jan/15fev/15mar/15abr/156,577,5868,5
Fonte: IBGE

“Um número maior de pessoas procurou trabalho do que a gente observou em períodos anteriores”, afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

De acordo com o IBGE, é a maior taxa para o trimestre encerrado em abril desde o início da pesquisa, que começou em janeiro de 2012. Naquele ano, o índice de desemprego ficou em 7,8%, se repetindo em 2013.

Na comparação com todos os trimestres, é o maior resultado desde janeiro a março de 2013, quando a taxa também foi de 8%.

Segundo Azeredo, no trimestre até abril de 2013 para 2014, a população ocupada aumentou 1,9%. Já no mesmo período de 2014 para 2015, cresceu apenas 0,7% – a menor geração de postos de trabalho da série.

Os números fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que substitui a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). São investigados 3.464 municípios e aproximadamente 210 mil domicílios em um trimestre, informou o coordenador do IBGE.

Ocupação e desocupação

No trimestre encerrado em abril, havia 8 milhões de pessoas desocupadas. A estimativa no trimestre de novembro a janeiro de 2015 era de 6,8 milhões, o que aponta alta de 18,7% (1,3 milhão de pessoas a mais). No confronto com igual trimestre do ano passado, essa estimativa sobe 14% (985 mil pessoas a mais).

Já o número de pessoas ocupadas foi estimado em 92,2 milhões. No confronto com o trimestre de novembro a janeiro deste ano, houve redução de 511 mil pessoas (-0,6%). Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a estimativa sobe 0,7%, (629 mil pessoas a mais).

“Em anos anteriores, ela [população ocupada] ficou estável. Agora, ela apresenta um início de queda de 0,6%. O que significa isso? A geração de vagas, de postos de trabalho, de oportunidade de emprego reduziu e, consequentemente, o número de pessoas buscando trabalho acabou aumentando”, diz Azeredo.

O nível da ocupação foi estimado em 56,3% no trimestre terminado em abril – declínio de 0,5 ponto percentual frente ao trimestre de novembro a janeiro. Comportamento semelhante foi observado quando na comparação com igual trimestre do ano anterior. Segundo o IBGE,  isso ocorre devido ao acréscimo da população em idade de trabalhar (1,7%) ter sido superior ao da população ocupada (0,7%).

A população ocupada subiu 0,7%, e a população em idade de trabalhar subiu 1,7%. […] A fila da desocupação vai aumentar”
Cimar Azeredo, do IBGE

“A população ocupada subiu 0,7%, e a população em idade de trabalhar subiu 1,7%, ou seja, entrou mais gente do que cresceu a população ocupada, consequentemente, o nível da população vai aumentar e a fila da desocupação vai aumentar também”, prevê o coordenador.

Azeredo analisa que há uma perda de emprego e da qualidade do emprego, o que pode levar a um aumento da informalidade.

“A desocupação aumenta baseada num movimento sazonal [variação conforme a época do ano], só que ela vai além do sazonal, teve intensidade maior. A população ocupada, que até então estava estável, deixou de estar estável, apresentou queda. Ela, num período mais curto, caiu meio milhão. O reflexo foi na população desocupada. Nesse início do ano com final do ano, ficou aquela expectativa de quanto o mercado vai reter de população ocupada, e ele não reteve nada, ele botou para fora”, diz Cimar Azeredo.

Setores

No setor privado, houve redução de empregados em relação ao trimestre de novembro a janeiro de 2015 de 1,1% entre os que têm carteira de trabalho e de 3,6% entre os sem carteira assinada. Mesma situação ocorre em relação ao trimestre de fevereiro a abril de 2014 (com carteira, de -1,5%, e sem carteira, de -3,7%). De acordo com o IBGE, em um ano, o contingente de empregados no setor privado com carteira assinada perdeu 552 mil pessoas.

Aquelas pessoas que precisam de emprego imediato para se sustentar procuraram um caminho que foi o emprego por conta própria, a informalidade”
Cimar Azeredo, do IBGE

“Você tem perda de emprego tanto no emprego registrado quanto no não registrado. Aquelas pessoas que são arrimo de família e precisam de emprego imediato para se sustentar procuraram um caminho que foi o emprego por conta própria, a informalidade. E parte dos que são sustentados por outras pessoas ou não são arrimo de família pode ter a opção de ir para a fila da desocupação. Agora, que houve perda do emprego, houve”, afirma Azeredo.

Nos grupamentos por atividade, em relação ao trimestre de novembro a janeiro de 2015, houve grande variação apenas no setor de construção (-3,7%). Frente ao trimestre de fevereiro a abril de 2014, houve redução no contingente de trabalhadores na administração pública, defesa e seguridade social (-9,5%) e na construção (-7,6%). Já nos setores de educação, saúde e serviços sociais, e de serviços prestados às empresas, houve aumento na ocupação de 7,2% e 6,7%, respectivamente.

“A construção foi a única que apresentou queda significativa do ano 2014 para 2015. Foi uma mudança de patamar importante. Na indústria você tem queda, mas começa a apresentar processos de recuperação”, analisou Cimar Azeredo.

Rendimento
O rendimento médio real (todos os ganhos recebidos no mês) de todos os trabalhadores ocupados foi estimado em R$ 1.855, estável frente ao trimestre de novembro a janeiro de 2015 (R$ 1.864) e em relação ao mesmo trimestre do ano passado (R$ 1.862).

Fonte: G1

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