RIO – Com quase metade (44%) da força de trabalho do país, o Sudeste foi a região com aumento mais expressivo do desemprego. E o movimento pode sinalizar a continuidade da piora do mercado de trabalho. No Sudeste, a taxa passou de 8,3% no segundo trimestre para 9% no terceiro trimestre, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. No terceiro trimestre de 2014, o desemprego estava e 6,9%.
— A desocupação aumenta em todo o Brasil, mas é mais significativo no Sudeste, que representa 44% da força de trabalho do país. A região tem o efeito de anunciar o que acontece no mercado. (…) O Sudeste salta os olhos, como se fosse um efeito farol — afirmou Cimar Azeredo.
No país, o desemprego subiu para 8,9% no terceiro trimestre, acima dos 8,3% registrados no trimestre encerrado em junho. A pesquisa inclui dados para todos os estados brasileiros. O rendimento real ficou em R$ 1.889, 1,2% a menos do que no trimestre encerrado em junho. Essa é a maior taxa de desemprego para o período desde 2012, o início da série histórica da pesquisa. Em igual trimestre de 2014, a taxa de desemprego foi de 6,8%.
A população desocupada alcançou 8,979 milhões de pessoas no terceiro trimestre. Houve um aumento de 33,9%, ou 2,274 milhões de pessoas em um ano, a maior expansão da série histórica. Na comparação com o trimestre anterior, o aumento foi de 7,5%, ou 625 mil pessoas.
Já a população ocupada ficou praticamente estável, segundo o IBGE. O contingente chegou a 92,09 milhões de pessoas, 121 mil pessoas a menos que no trimestre anterior e 179 mil pessoas a menos que um ano antes.
A pesquisa do IBGE apontou aumento do desemprego em todas as regiões brasileiras. No Sul, que tem a menor taxa, o desemprego subiu para 6% no terceiro trimestre, ante 5,5% no segundo trimestre. Já no Nordeste a taxa passou de 10,3% no segundo trimestre para 10,8% no terceiro trimestre.
Quando se olha o desempenho dos municípios das capitais, o Rio de Janeiro teve a menor taxa de desemprego, de 5,1% no terceiro trimestre, frente a 4,2% no segundo trimestre. É a primeira vez que o IBGE divulga os dados do desemprego pela Pnad Contínua também para estados, regiões metropolitanas e municípios das capitais.
Fonte: O Globo