Centrais e movimentos sociais fazem protestos em todo país

SÃO PAULO – A CUT e outras cinco centrais sindicais (CTB, CSP-Conlutas, Intersindical, UGT e Nova Central) realizam nesta sexta-feira uma série de protestos contra a terceirização e as medidas provisórias (MPs) 664 e 665, que endurecem as regras para a concessão do seguro-desemprego, abono salarial, pensões por morte e auxílio-doença, do ajuste fiscal proposto pelo governo federal. Também participam das mobilizações do chamado Dia de Paralisação Nacional o Movimento dos Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), entre outros movimentos sociais. O MTST ocupou seis agências da Caixa Econômica Federal de São Paulo, uma no Rio e outra em Goiânia, que ficaram fechadas esta manhã.

Em São Paulo, a confusão maior até agora aconteceu na Universidade de São Paulo (USP), quando a polícia disparou balas de borracha contra um grupo de cerca de 10 manifestantes, a maioria funcionários, que logo se dispersou. Manifestantes reclamaram da truculência policial. Depois de tentar arrancar uma mochila de uma manifestante, que não a entregou, um policial jogou spray de pimenta e deu um soco na jovem. Próximo da USP, um policial colocou a arma para fora do carro e disparou na direção de três pessoas que caminhavam na calçada. Na Avenida Paulista, região central, a concentração foi em frente ao prédio da Federação das Indústrias (Fiesp).

Foram convocadas manifestações em 23 estados e no Distrito Federal (Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins).

Na capital paulista, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou ao menos quatro pontos de interdição pelos manifestantes, incluindo a Marginal Pinheiros, o que deixou o trânsito complicado no início da manhã. Cidades da Grande São Paulo, como Guarulhos, Mauá e Diadema, amanhaceram com as linhas municipais paradas. Apenas cooperativas circulavam.

As manifestações também atingem a Baixada Santista. Por volta das 6 horas, a divisa entre Santos e São Vicente foi bloqueada por manifestantes. Outras estradas, como a Anchieta, a Cônego Domênico Rangoni e a Anhanguera, também tiveram o tráfego interrompido.

Seis agências bancárias da Caixa Econômica Federal ocupadas pelo MTST não devem abrir nesta sexta-feira. Os sem-teto protestam contra cortes orçamentários no “Minha Casa, Minha Vida” e pelo lançamento da terceira etapa do programa.

O maior ato em São Paulo deve acontecer às 17h na Praça da República, região central, com professores da rede estadual de ensino em greve desde o dia 13 de março, centrais sindicais e movimentos sociais. Além disso, movimentos estudantis e funcionários da USP pretendem bloquear novamente o portão principal da USP, em protesto contra a crise financeira nas universidades paulistas.

METALÚRGICOS REALIZAM ATOS

No ABC paulista, os metalúrgicos cruzaram os braços em cinco montadoras: Toyota, Volkswagen, Ford, Mercedes e Scania. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, cerca de 50 mil operários não estão trabalhando hoje. Os trabalhadores fizeram uma caminhada entre sindicato, no centro da cidade, e caminharam até a igreja Matriz.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos disse, em nota, que mobilizou cerca de 14 mil metalúrgicos em São José dos Campos e região, “todos em luta contra o projeto de lei da terceirização e os ataques aos direitos trabalhistas e previdenciários incluídos no ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff”.

Houve paralisação de 24 horas na General Motors, Avibras, TI Automotive, MWL e Blue Tech. Além disso, houve atraso de três horas na entrada do primeiro turno da Embraer. Há também uma paralisação em andamento na Sun Tech, do setor de eletroeletrônicos, sem previsão de quando as trabalhadoras retomarão a produção.

Na Avibras, os trabalhadores chegaram a ocupar a Rodovia dos Tamoios (que liga São José dos Campos ao Litoral Norte), fechando uma das pistas por 40 minutos, na altura do km 15.

Na Embraer, houve uma operação conjunta com os condutores que fazem o transporte dos metalúrgicos da fábrica. Os ônibus seguiram em baixa velocidade pelas avenidas dos Astronautas e Faria Lima, que dão acesso à empresa. Os trabalhadores do primeiro turno, que normalmente entram às 6h, só concluíram a entrada por volta das 9h.

“Trabalhadores de outras empresas que utilizam o serviço de fretamento também foram afetados pela ‘operação tartaruga’”, disse a nota.

_ Os trabalhadores estão indignados com todos esses ataques aos direitos. Hoje está sendo um importante dia para toda a classe trabalhadora. A presidente Dilma e o Congresso Nacional estão fazendo o papel de defensores dos patrões, e isso nós não vamos aceitar. Nossa luta é em defesa dos direitos dos trabalhadores. O próximo passo é construir uma greve geral _ afirma o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.

Em estações de trem da região metropolitana de São Paulo, militantes do PSOL pretendem conversar com a população sobre a crise econômica atual. Já no interior do estado, o MST deve fazer bloqueio em rodovias e ocupação em propriedades.

NO RIO, CONCENTRAÇÃO ÀS 15H

No Rio, está previsto um grande ato na região da Candelária. A concentração começa às 15h. Três horas mais tarde, diversas categorias e movimentos sociais devem encorpar a manifestação, convocada pela CUT.

Com as MPs e outras medidas do ajuste fiscal aprovadas no Congresso, as centrais sindicais pretendem discutir nos próximos dias uma greve geral em todo o Brasil.

– Há a possibilidade de greve geral no país, por conta das medidas que estão sendo aprovadas pelo Congresso, o ritmo acelerado que as votações estão acontecendo. Isso será discutido, sim – diz Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP.

No Paraná, uma manifestação acontece na Praça 19 de Dezembro. Depois, professores em greve e demais servidores públicos do estado seguirão em caminhada até a sede do governo estadual, no Centro Cívico _ para lembrar o um mês do 29 de abril, quando professores e educadores foram barrados de forma violenta no por conta da votação na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) do projeto que alterou o Paraná _ evento no qual pelo menos 200 pessoas ficaram feridas.

Já na Bahia, petroleiros, trabalhadores da construção civil e outras categorias cujos sindicatos são ligados à CUT devem cruzar os braços desde as 5h.

As mobilizações ainda devem acontecer no Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins.

Fonte: O Globo

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