Anúncio da ‘intervenção’ do COI no Rio tira o sono de Paes

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Prefeito admite que andamento de algumas obras para as Olimpíadas preocupa

Rio – Angústia, tensão, preocupação e insegurança. Estas foram as palavras utilizadas pelo prefeito Eduardo Paes ontem, em entrevista coletiva convocada às pressas para tratar da decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de enviar um representante para o Rio de Janeiro com o intuito de supervisionar as obras relacionadas às Olimpíadas de 2016.

Na quarta-feira, o prefeito havia feito pouco caso das críticas do COI ao andamento das obras e ontem mudou o tom depois que a entidade anunciou uma série de medidas, como a contratação de consultor independente para acompanhar diariamente o cronograma. O diretor executivo Gilbert Felli também ficará no Rio, de forma definitiva, para fiscalizar o andamento das obras.

“Não vou minimizar as cobranças. Sou um permanente angustiado e ficarei tenso até o fim dos Jogos. Mas precisamos ter foco nas reclamações. Temos questões tensas que me tiram o sono, como em Deodoro, mas as outras estão dentro do cronograma”, disse Paes.

O prefeito garantiu, no entanto, que não há chance de a Olimpíada ser disputada em outra cidade. A única modalidade que corre risco é a canoagem, que, se dependesse do prefeito, seria disputada em Foz do Iguaçu (PR).

“As principais obras, como a vila dos atletas e o parque olímpico, estão no prazo. Estas são complexas. Em Deodoro, bobeamos. Mas é preciso ver que lá as instalações serão mais simples, para BMX e hipismo. A obra mais complexa é um ginásio para 3 mil pessoas”, explicou.

O prefeito admitiu ainda que o nível das instalações será inferior ao das Olimpíadas de 2012, na China. E defendeu-se dizendo que a prioridade será a cidade. “Teremos equipamentos num padrão de qualidade bom, sem o exagero. A federação de rugbi quer um estádio chique. Não vai ter e talvez não fique muito feliz, assim como o pessoal do golfe. Não vou construir elefante branco para depois não ser utilizado”, justificou o prefeito, lembrando os casos do Engenhão e do Parque Aquático Maria Lenk, construídos para o Pan-Americano de 2007.

As medidas anunciadas pelo COI haviam soado como uma espécie de intervenção, mas no fim do dia o presidente da entidade, o alemão Thomas Bach, contemporizou no discurso. “Temos de olhar para o futuro. E não começar um jogo para culpar os envolvidos. No fim dos Jogos, podemos voltar a essa questão e falar sobre responsabilidades. Mas agora espero que possamos não agir dessa forma irresponsável”, disse.

Baía de Guanabara longe da meta de despoluição

A área das competições náuticas das Olimpíadas na Baía de Guanabara já está em condições adequadas o evento-teste, marcado para agosto deste ano, e não oferece risco à saúde dos atletas. A avaliação foi anunciada ontem pelo governo estadual, que considerou as análises da água em três pontos de coleta próximos à entrada da Baía e à Praia do Flamengo.

O secretário Carlos Portinho destacou que, nos últimos quatro anos, o governo dobrou o percentual de esgoto tratado que é jogado nas águas da Guanabara, passando de 20% para 40%. Entretanto, para atingir o compromisso de tratar 80% do esgoto lançado no local até 2016, o governo precisaria dobrar novamente o índice nos próximos dois anos.

A secretaria anunciou ainda licitação para contratação de sete ecobarcos para retirar lixo da Baía. Para o ambientalista Sérgio Ricardo de Lima, a melhora nas análises dos três locais de coleta não é garantia de balneabilidade. “A entrada da Baía é motivo de preocupação. Há 30% de concentração de metais pesados na areia do fundo, que pode colocar a saúde em risco.”

Muita coisa ainda atrasada

Cinco obras despertam maior preocupação do Comitê Olímpico Internacional (COI). Algumas delas nem saíram do papel, como o Parque Olímpico de Deodoro e a reforma do Estádio de Remo da Lagoa. O projeto de construção do Parque Olímpico da Barra também está atrasado: o local ainda está em fase de terraplenagem.

O caso mais grave é em Deodoro, que receberá nove modalidades olímpicas e terá os primeiros editais de arenas lançados este mês. O Estádio de Remo, por sua vez, sofre o atraso <MC0>no início da reforma e com a poluição da Lagoa.

As obras do Parque Olímpico da Barra da Tijuca começaram em setembro de 2012, com a previsão de término para o segundo trimestre de 2016. No entanto, elas sofrem com a constante greve de operários, mas a prefeitura afirma que tudo está dentro do prazo estipulado.

O Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, está fechado há um ano e com um atraso de seis meses na sua reforma. Em junho do ano passado, ele foi interditado pela prefeitura, por causa de problemas nas estruturas que sustentam a sua cobertura. Além disso, o estádio terá que passar por ampliação de capacidade no início de 2016.

 Fonte: O Dia

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