A Aliança do Pacífico, bloco comercial latino-americano que une Chile, Colômbia, México e Peru, movimentou debates desde sua criação, em junho de 2012. Alguns analistas entendem que ele veio contrapor-se ao Mercosul, união aduaneira que vem sendo construída desde o Tratado de Assunção, em 1991. Este bloco tem como membros fundadores Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e em 2012 aceitou a adesão da Venezuela como membro pleno.
O futuro das relações econômicas na América do Sul e as perspectivas para o Mercosul nesse novo cenário serão discutidos por deputados e especialistas brasileiros e estrangeiros, em audiência pública marcada para novembro pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.
Outro aspecto em debate será o papel nesse processo da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), organização intergovernamental composta pelos doze países da América do Sul.
Obstáculos ao Mercosul
Segundo o autor do pedido da audiência, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), “conflitos comerciais e opções em priorizar acordos bilaterais têm sido obstáculos para a plena integração do Mercosul”. Ao mesmo tempo, diz ele, “ainda é objeto de negociação a entrada em vigor de medidas que deem plenitude ao acordo de livre comércio, como a isenção de taxas e de burocracias de importação, unificação de condutas de comércio e regras comuns para o comércio com países que não fazem parte do bloco”.
Na avaliação de Pellegrino, a maior integração entre as economias do Mercosul pode se realizar a partir de diferentes frentes de atuação. E promover o debate sobre esses caminhos e estratégias “é o nosso objetivo, na perspectiva de subsidiar a atuação da comissão, quer na votação de tratados internacionais, quer no exercício da ação política em sua área de competência”, explicou.
Pellegrino assinalou ainda que a Unasul veio organizar a aliança política dos países da América do Sul, mas com evidente capacidade de influência no campo econômico. “Mesmo tendo sido criada há pouco tempo, a Unasul já possui um histórico de ações pertinentes ao seu objetivo”, concluiu.
Fonte: Câmara dos Deputados