Pesquisa divulgada pelo Instituto Data Favela mostra que os dois milhões de moradores das favelas do Rio formariam o sétimo maior município do Brasil, com uma população maior do que capitais como Manaus, Recife, Curitiba e Porto Alegre. Ainda segundo a pesquisa, juntos, os moradores das comunidades cariocas têm renda anual de R$ 12,3 bilhões e são responsáveis por 19% do total da renda dos brasileiros que moram em favelas. Já a renda média mensal é R$ 965. Os dados fazem parte do livro “Um País Chamado Favela”, que será lançado nesta sexta-feira (26), na Livraria da Travessa, no Leblon, Zona Sul.
De acordo com a pesquisa, o Rio de Janeiro é o único estado da região Sudeste a ter mais de 10% de pessoas morando em favelas. A média de idade desses moradores é de 36 anos. A pesquisa também perguntou sobre o nível de escolaridade dos moradores. No total, 3% não são instruídos e 27% possuem o ensino médio completo. A pesquisa aponta que 1% dos entrevistados completaram a faculdade e 4% possuem ensino superior incompleto.
Ainda segundo os dados coletados pelo instituto, 94% das pessoas que moram nas comunidades são felizes e otimistas. O levantamento aponta ainda que dois terços não sairiam do lugar onde vivem mesmo que sua renda dobrasse.

Renato Meirelles, um dos autores do livro, disse que na favela todo mundo conhece todo mundo e um cuida do filho do outro. “Existe um lastro emocional com a comunidade e, além disso, a vida fica mais barata”, afirmou .
A Couviu 1.003 moradores de 12 comunidades do Rio. De acordo com Meirelles, cerca de cem moradores das favelas cariocas foram treinados para realizar a pesquisa. O instituto Data Favela e a Central Única das Favelas (CUFA) deram a supervisão técnica. “Fizemos a pesquisa em outubro do ano passado. A favela tinha que ser protagonista da sua própria história”, contou.
Segundo os dados coletados pelo Instituto Data Popular, 12 milhões de pessoas vivem atualmente em favelas em todo o país o que corresponde tamanho do Rio Grande do Sul, quinto maior estado do Brasil. No total, 67% dos moradores são de negros, 42% dos lares são chefiados por mulheres e 52% já passaram fome. E seis de cada dez moradores da favela foram vítimas de preconceito, explicou Meirelles.
Fonte: G1