Um dos um dos principais representantes da esquerda católica no país, tinha bom trânsito com políticos tanto da esquerda quanto da direita
Aos 83 anos, morreu nesta terça-feira (8/7), em São Paulo, o ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio. Vítima de câncer ósseo, Plínio estava internado há cerca de um mês no Hospital Sírio-Libanês.
Segundo o hospital, o ex-deputado morreu em decorrência de falência de múltiplos órgãos e sistemas.
Na eleição de 2010, Plínio de Arruda Sampaio concorreu à Presidência da República pelo Psol (Partido Socialismo e Liberdade), ficando em quarto lugar na disputa.
Natural de São Paulo, formado em direito pela USP, Plínio foi promotor público e elegeu-se deputado federal em 1962, pelo extinto PDC (Partido Democrata Cristão). Reeleito duas vezes deputado, teve o mandato cassado pelo AI-1 (Ato Institucional nº.1), exilou-se no Chile e nos Estados Unidos, onde fez mestrado em Cornell, nos EUA. Voltou ao Brasil em 1976, no início do processo de reabertura política. Era um dos principais representantes da esquerda católica no país e tinha bom trânsito com políticos tanto da esquerda quanto da direita.
Um dos fundadores do PT (Partido dos Trabalhadores), em 1981, Plínio de Arruda Sampaio participou da campanha das “Diretas Já!”. Elegeu-se deputado federal constituinte em 1986, quando defendeu uma reforma agrária que previa o fim dos latifúndios. Na Assembleia Nacional Constituinte, foi vice-líder do PT em 1987 e, em 1988, substituiu o então líder Luiz Inácio Lula da Silva no comando da bancada. Após 20 anos, Plínio deixou o partido m 2005, filiando-se ao Psol.
A ex-deputada Luciana Genro (Psol), que foi ao hospital na tarde de hoje para visitar o colega de legenda, confirmou a morte dele e informou que, quando chegou, Plínio já havia falecido. Segundo ela, Plínio de Arruda Sampaio fará uma grande falta ao Brasil. “Uma triste coincidência fez com que eu chegasse ao hospital Sírio-libanês poucos minutos após o falecimento do nosso querido Plínio. Plínio partiu com a consciência do dever cumprido, após décadas de luta em defesa da igualdade e da justiça social. O Psol tem muito orgulho de ter sido escolhido por Plínio como seu partido nos últimos anos da sua vida”.
Fonte: Última Instância
